Jornada Mundial da Juventude, Marchas para Jesus… Qual o Significado Desses Megaeventos na Guerra Religiosa “Católicos x Evangélicos”?

(O texto abaixo, deste mesmo autor, foi publicado originalmente na Comunidade Irreligiosos e agora aqui é replicado, atendendo ao chamamento da LiHS para apresentação de novos artigos)

Ambos são megaeventos cristãos, de âmbito mundial, e têm praticamente a mesma idade. O primeiro (puramente católico), tem vinte e sete anos de existência; o segundo (hoje evangélico), vinte e seis. O primeiro ocorre a cada dois ou três anos e, o segundo, anualmente. Ambos têm objetivos proselitistas, amparados por forte e bem estruturado marketing religioso, arregimentando grande número de peregrinos e fiéis, sendo difícil dizer qual deles atrai o maior número de participantes.

A Jornada Mundial da Juventude, – este ano no Brasil -, foi idealizada pelo Vaticano em 1984 e começou a ser realizada a partir de 1986, cada uma delas em um país diferente, sendo a última (2011), em Madri (Espanha), seguindo a seguinte trajetória:

1986-1987-1989-1991-1993-1995-1997-2000-2002-2005-2008-2011-2013

Já a chamada “Marcha para Jesus”, conforme informações do próprio site do evento, teve início em 1987, na cidade de Londres (inglaterra), e era um evento misto de católicos e protestantes, assim permanecendo até 1991. A partir de 1992, a Marcha para Jesus tornou-se um movimento evangélico de âmbito mundial, saindo da Europa para outros países da América, África e Ásia. No ano de 1993, chegou ao Brasil através da Igreja Renascer em Cristo, que realizou a sua primeira edição, bem como todas as demais, até a de 21ª edição, em junho de 2013. Segundo informações dos organizadores, o evento brasileiro realizado em São Paulo é considerado o maior do mundo.

Em relação ao Brasil, apesar de ser um país ainda de maioria católica, a popularidade das chamadas “Marchas para Jesus” (evento evangélico), parece ser maior e atrair um número maior ou equivalente de pessoas. É o que estamos observando, comparando-se os números da Jornada Mundial da Juventude com os da Marcha para Jesus, esta última, realizada em todas as principais capitais do país, simultaneamente ou com datas bem próximas. Não existem estatísticas precisas para estabelecer-se a comparação porque as comissões organizadoras dos eventos mentem, sempre superestimando o número de público. Assim, os dados só podem ser coletados filtrando-se e comparando-se o que a mídia publica.

Mas partindo-se dos censos religiosos do IBGE e os das empresas especializadas de pesquisa, mesmo sem serem muito precisos, verifica-se que em números atuais (2013) a população evangélica brasileira (28%) representa aproximadamente a metade da católica (57%). Não seria então natural que o evento católico fosse muito mais grandioso, em todos os aspectos? Por que está ocorrendo essa aparente anomalia? Vamos tentar compreender:

O que visa cada um dos eventos?

Na verdade, embora isto não seja dito, o principal objetivo é aumentar o número de seguidores e/ou evitar perder os que já possuem. Quanto maior o número de igrejas e fiéis, maior o poder da denominação religiosa e maior a possibilidade de crescimento econômico, já que hoje as igrejas atuam como verdadeiras empresas, a ponto de já estarem sendo chamadas de “igrejas-empresas”.

Portanto, existe entre as religiões uma guerra concorrencial religiosa, tal qual a guerra mercadológica. A diferença é que as igrejas atuam num nicho de mercado exclusivo e fidelizado, o “mercado da fé”. E nessa disputa de mercado, a grande arma é o marketing religioso agressivo, com publicidade bastante antecipada, intensa e repetitiva, em todo e qualquer tipo de mídia. Nesse particular, levam vantagem os evangélicos, hoje com poder de comunicação e penetração muito maior do que o dos católicos e utilizando bastante o que se convencionou chamar de “televangelismo”. A outra arma é a rápida proliferação das igrejas evangélicas (no mínimo, uma em cada bairro e, nos mais populosos, uma a cada cinco quadras), o que é conseguido pelo baixíssimo custo de instalação e pouquíssima burocracia. Igrejas católicas são mais caras, obedecem a um padrão mínimo, requerem autorização do clero e exigem sacerdotes religiosos com formação teológica. Já para um “pastor evangélico”, muito pouco é exigido, dispensando-se até mesmo qualquer tipo de formação teológica.

Enquanto para um sacerdote religioso católico exige-se o estudo, mas não carisma e nem o poder de oratória, para o ministro evangélico é o inverso: exige-se o carisma, mas não o estudo, que pode ser compensado pelo poder da oratória. Obviamente, é muito mais fácil formar-se um “pastor” do que um “padre”. Casos há até, de pastores com baixíssimo nível de instrução, bastando a eles saber ler bem (escrever, nem tanto), falar e empolgar, e conhecer superficialmente a Bíblia, com ênfase maior no Novo Testamento. Infelizmente, esta é a realidade.

A Igreja Católica Acordou?

Tudo indica que sim, pois o catolicismo resolveu imitar algumas técnicas do marketing evangélico, mas muito tarde para recuperar o terreno perdido no país considerado “o maior país católico do mundo”, com 123 milhões de católicos e 42,3 milhões de evangélicos, segundo o último censo do IBGE (2010). O problema é que o evangelismo é um fenômeno mundial e o Brasil também é considerado “o 4º maior país evangélico do mundo” e com o número de fiéis crescendo num ritmo bem mais acelerado do que o dos católicos, que correm o risco de serem superados, já na próxima década.

Cientes disso, os evangélicos (no Brasil, este termo é uma forma genérica de se referir às correntes protestantes pentecostais e neopentecostais) inovaram e inventaram fábricas de “milagres”, campanhas, teatralizações das misérias humanas (curadas por eles, é claro), cultos musicados e uma tal “teologia da propesperidade “ que, aliada à propaganda enganosa, altamente sugestiva, tem atraído e roubado fiéis do catolicismo, por demais tradicional e sem oferecer as perspectivas de curas, salvação e progresso material prometidos aos fiéis evangélicos. Por isso, ao longo dos últimos vinte anos, enquanto o número de católicos cai, o de evangélicos sobe, em um ritmo bem mais rápido. Evidentemente, a assessoria, a diplomacia e o serviço oficial de comunicação do Vaticano não desconhecem esses números e recomendam medidas para modificá-los, dentre as quais, as JMJ, reaproximação da Igreja com os fiéis (enfatizada pelo Papa Francisco), reformas internas na Cúria romana, solução dos escândalos religiosos, redesenho da imagem midiática, motivação e incremento do número de sacerdotes e a intensificação dos movimentos de renovação carismática católica (RCC).

Analisando-se o infográfico acima, elaborado em julho de 2013 pela Datafolha, observamos (considerando-se os evangélicos como a somatória dos pentecostais e neopentecostais):

  1. Que em 1994 os evangélicos representavam 75% da população e os evangélicos apenas 14%;
  2. que a diferença percentual entre católicos e evangélicos (1994) era de 61 pontos percentuais;
  3. que no período examinado (1994-2013) o número de católicos caiu, enquanto o de evangélicos subiu, a um ritmo maior;
  4. que em julho de 2013, o número de católicos decaiu para 57%, enquanto o dos evangélicos subiu para 28% (aproximadamente a metade do dos católicos);
  5. que a diferença em pontos percentuais entre católicos e evangélicos, que era de 61 pp (1994), reduziu-se a apenas 29 pp (2013);
  6. que a “tendência”, a se manter ou intensificar este ritmo, é de que em qualquer ponto entre 2020 e 2025 o número de católicos e de evangélicos sejam aproximadamente iguais e, a partir daí, os evangélicos superem os católicos.

As armas da guerra religiosa

Para cooptar fiéis, tanto os católicos quanto os evangélicos utilizam técnicas e armas muito parecidas, tais como:

  • Infundir, pelo medo, a ideia de que as pessoas precisam viver sob as leis de Deus e que, em não o fazendo, irão sofrer os castigos divinos, na Terra, no Purgatório ou no Inferno;
  • Fazer as pessoas crerem que precisam de salvação e que esta só pode ser dada pelas religiões;
  • Induzir as pessoas a crerem em Deus e Jesus Cristo como os detentores de poder para promover curas e salvação, através de seus “procuradores” na Terra, os sacerdotes religiosos de qualquer hierarquia cristã, inclusive os pastores, no mais baixo nível;
  • Instituir datas e eventos religiosos para lembrar, reforçar e manter viva a crença em jesus Cristo, mesmo não havendo evidências de que este personagem mítico tenha existido na condição de “filho de Deus” ou mesmo como um mero mortal excepcional;
  • Promover eventos que lembrem os feitos de Jesus Cristo e que atraiam os fiéis para a igreja, onde sofrem manipulações mentais e lavagens cerebrais que os tornem receosos de abandonar a fé. Para isso, valem todas as técnicas tradicionais ou modernas de convencimento: cultos, mídia, televangelismo, campanhas, música, tecnologia, internet, escolas e universidades cristãs, shows, marchas, caminhadas, livros, revistas, CDs, vídeos, filmes, cantores e bandas gospel, cruzeiros marítimos religiosos, excursões à “Terra Santa”, etc.

O futuro do cristianismo no Brasil

Divisão do cristianismo: católicos, protestantes e entendimento do termo “evangélico”

Antes de mais nada, necessário se faz definir, de uma maneira bem simplificada, o significado do termo “evangélico”, tal como é entendido no Brasil e em muitos países. A rigor, o cristianismo foi dividido em duas grandes correntes: os católicos e protestantes. Esses grupos, por sua vez, subdividem-se em vários outros subgrupos, dentre os quais se encontram os pentecostais, neopentecostais e os evangélicos, por exemplo. Complicado? Sim, é complicado mesmo. Justamente por isso, convencionou-se adotar a denominação “evangélicos” e “crentes” (mais genéricas), para referir-se a todos os tipos de protestantes, desconsiderando-se o fato de os evangélicos serem um subgrupo dos protestantes. Mas isso, embora seja a prática, não é do agrado de todos porque, segundo alguns, como os adventistas, as testemunhas de Jeová, os metodistas, os batistas, os luteranos e os anglicanos, o termo “crente” soa como pejorativo. Por isso, preferem ser identificados pelas suas respectivas denominações.

Discussões à parte, vamos assumir – independentemente de isto ser consensual ou não -, que evangélico é uma denominação geral para designar todos os grupos de protestantes e que crente é todo e qualquer evangélico, pertencente a qualquer dos grupos. Tudo isso se chama protestantismo evangélico. É assim que o povo entende e é assim que vamos simplificar.

Os números de fiéis e as projeções (análises feitas a partir de recente pesquisa do Datafolha)

Considerando que hoje as religiões cristãs estão desvirtuadas e que as igrejas foram transformadas em igrejas-empresas, não cumprindo mais o seu papel social (levar conforto espiritual e realizar obras sociais, atuando em áreas em que o Estado não atua ou é deficiente) fica difícil dizer que rumos irá tomar o cristianismo brasileiro. Mas algumas coisas (vide infográfico ao lado) já parecem ser certas, se causas imponderáveis significativas não acontecerem:

1) O número de religiosos praticantes, irá diminuir, em função do esclarecimento da população e da decepção com os sucessivos escândalos religiosos que têm surgido;

2) O número de irreligiosos (ateus, agnósticos, humanistas seculares…), hoje já aumentado para 8%, irá continuar aumentando;

3) os números de católicos e evangélicos irão se igualar em algum momento da próxima década. Algumas previsões indicam que isto se dará já em 2022. A maioria prevê o ano de 2025 e outros 2030. Se considerarmos a pesquisa Datafolha como verdadeira (na nossa visão, incorreta e superestimada) o momento será mesmo o ano de 2022. Desconsiderando-a e ficando apenas com os dados e projeções do IBGE (que também contém falhas nos métodos de coleta de respostas), isto se dará por volta de 2030-2032. A partir daí, o Brasil poderá, ser um país de maioria protestante e não mais católica.

Tudo isso são “tendências” calculadas com base em séries históricas do IBGE e pesquisas de dados atuais. Sendo “tendências”, podem ser alteradas por qualquer fator externo de relevância, dentre os quais destacamos: o crescente aumento da infiltração de evangélicos na política; a sofisticação e intensificação do seu marketing religioso e, finalmente, a possibilidade de eles conseguirem eleger um Presidente da República evangélico(???). Um ou mais desses fatores, isoladamente ou combinados, podem abreviar em muitos anos o momento da ultrapassagem dos evangélicos sobre os católicos. É só uma questão de tempo.

O cenário projetado é bom para o país?

Os evangélicos irão festejar e dizer que sim; os católicos e todos os demais, que não. E certamente não será mesmo, porque enquanto os católicos são mais moderados, os evangélicos são extremamente radicais e fundamentalistas, o que poderá acarretar sérios problemas sociais.

Só para citar uns poucos exemplos, enquanto o atual Papa Francisco – por sinal, simpaticíssimo e bastante sintonizado com a realidade –, já admite rever certos conceitos ultrapassados da Igreja e adaptá-los à realidade do tempo em que vivemos, os evangélicos insistem em radicalizar. O papa não vê razões para discriminar os gays; os evangélicos, sim. O papa tem pensamentos interdenominacionais em relação à fé; os evangélicos, não. O papa aceita a união entre as igrejas cristãs de qualquer denominação; os evangélicos, não. O papa não advoga a filosofia ateísta, mas não hostiliza os ateus; os evangélicos, sim. O papa entende e valoriza os incorformistas; os evangélicos, não. O papa é contra a ostentação, a supervalorização do dinheiro, o consumismo e a política economicista mundial; os evangélicos, não.

Mas, apesar disso, em que pese a boa vontade do papa e seus ideais reformistas, não cremos que ele possa provocar grandes mudanças no sistema. Por isso, podemos dizer que não somos contra ele, mas sim contra a instituição que ele representa. Assim, pesados os prós e os contras dessas duas grandes religiões, diríamos que a católica é menos nociva para o país, sendo até possível uma coexistência pacífica entre religiosos de todas as correntes e irreligiosos. Já o mesmo não se pode dizer em relação aos evangélicos, excessivamente materialistas, fundamentalistas e fortemente infiltrados na política brasileira (72 representantes no Congresso), com aspirações até de ter um presidente da república evangélico, o que não é uma hipótese absurda, a julgar pelo que temos visto por aí.

Como ficará o Estado, se ocorrer a supremacia dos evangélicos sobre os católicos?

Um Estado laico, mas com predominância natural da religião católica, se deve a razões culturais e históricas, originárias do período de colonização. E assim tem sido. Então, com os católicos, ainda poderíamos ter a esperança de continuar a ser um Estado laico, garantido desde a Constituição Republicana de 1891 até a última, a de 1988. Com os evangélicos, entretanto, esta laicidade estaria ameaçada, caminhando-se para a instituição de um Estado Teocrático Protestante. Aliás, propostas de emendas constitucionais nesse sentido (que há de ser conquistado subrepticiamente e aos poucos) já estão sendo apresentadas pela Frente Parlamentar Evangélica, no Congresso Nacional.

Estado teocrático protestante – ou evangélico, se preferirem -, com um Presidente da República evangélico (nomes como Marina Silva, Silas Malafaia e até Marcos Feliciano já despontam), é uma possibilidade sombria e não muito distante. Marina já é uma candidata praticamente certa; Marco Feliciano, deputado federal, pastor evangélico, homofóbico, trapalhão, charlatão e racista confesso, já se insinua em seus cultos e pela internet, possuindo até um movimento chamado “Marco Feliciano Presidente do Brasil”, com sites de apoio (não é piada) e Silas Malafaia faz charme, dizendo que não deseja ser candidato, resistindo aos convites (até quando?). O cenário está pronto. Quem conseguir ganhar a preferência e unificar os mais de 42,3 milhões de eleitores evangélicos, estará eleito. Aí teremos os principais ministérios e comissões da Câmara e do Senado distribuídos entre os evangélicos. Eles estarão na educação, na saúde, no turismo, na economia… Nas comissões, é certo que presidirão a CCJ, bem como 4 ou 5 das principais delas. Aturar isso por 4 anos ou, quem sabe, 8 anos ou mais?!!! Será o retorno triunfal do obscurantismo e do sono dogmático, o caos social que poderá fazer o nosso IDH despencar para abaixo de 0,600, no mínimo; senão no geral, pelo menos, com toda certeza, na educação.

Não-evangélicos: batam na madeira três vezes, para isto não se concretizar!

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Por: Ivo S. G. Reis

Fontes:

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Nomeação de Comissão Eleitoral

A Presidência da Liga Humanista Secular do Brasil (LiHS) nomeou nesta sexta-feira, 2 de agosto, uma Comissão Eleitoral que será responsável pelo processo de eleição da nova presidência da organização. A Comissão, composta por um membro da Diretoria e dois sócios efetivos da LiHS (externos à Diretoria Executiva), publicará em breve o Edital com as definições sobre inscrições, campanha e votação. O processo todo deve ocorrer nos próximos dois meses, e a atual gestão encerra suas atividades em dezembro deste ano. A nova presidência, composta por Presidente(a) e Vice-Presidente(a), será eleita para o mandato trienal de 2014-2016.

O Ato de Nomeação da Presidência pode ser conferido abaixo.

Luciano Dias
Secretário Geral

ESCÂNDALO NA IGREJA CRISTÃ MARANATA

Aqui no Rio de Janeiro, nada se falou sobre esse escândalo de uma das igrejas que mais crescem no Brasil. Vejam e divulguem. Quem sabe os dormentes acordam?

Sergio Viula

IGREJA CRISTÃ MARANATA – Escândalo financeiro – Até o presidente da igreja caiu. Veja: http://www.youtube.com/watch?v=JFuCCJ0nTTg

Além do vídeo, a matéria do Gazeta Online – IGREJA CRISTÃ MARANATA – Escândalo financeiro – Até o presidente da igreja caiu. Veja: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/02/noticias/a_gazeta/dia_a_dia/1107003-igreja-maranata-dizimo-desviado-em-fraude-milionaria.html

E com todas as provas, pastores da Igreja Maranata ainda estão movendo ação contra o Gazeta. Essa gente adora a censura, a ditadura, porque assim podem agir criminosamente sem serem pegos: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2013/04/noticias/cidades/1428942-pastores-da-maranata-movem-16-acoes-contra-a-rede-gazeta.html