PERSEGUIÇÃO

Caros amigos 

 

Estou escrevendo este texto para contar-lhes um pouco do que está acontecendo comigo depois que assumi o agnosticismo.

Uma pessoa encontrou um depoimento meu e outros textos que escrevi a respeito do assunto num site ateu e foi o suficiente para que se espalhasse rapidamente por toda a cidade onde morei antes de vir para Assis.  Jaguapitã Pr.

Como eu era bem conhecido na cidade, um jornal local publicou uma matéria transcrevendo todo meu depoimento. Na capa há uma grande foto minha com a seguinte manchete: “Depois de destruir igreja presbiteriana, ex-pastor renega a fé”. Como se não bastasse, confeccionaram panfletos com o mesmo conteúdo e espalharam pela cidade, até mesmo no colégio que minha esposa lecionava.

Recebi manifestação de repúdio de pessoas que sempre nutri muito carinho e consideração. É difícil ouvir de pessoas que amamos que preferiam ter tido a notícia de que morremos do que a notícia que viramos ateu. Mais difícil é, quando nos dizem que não querem mais nos ver nem falar conosco.

Agora estou só esperando que este tsunami chegue até Assis, onde moro atualmente. Perderei muitos clientes da minha revista que são extremamente religiosos.

Hoje me senti melhor, pois algumas pessoas que se converteram ao protestantismo através das minhas pregações me ligaram para manifestar apoio e dizer que gostariam de ouvir minha história. Também recebi apoio de um amigo pastor e presidente de um Presbitério do norte do Paraná.   

Como é certo que a notícia chegará a Assis, tomei a decisão de procurar algumas pessoas que me consideram muito e que ainda mantenho um bom relacionamento, para contar sobre minha decisão pelo agnosticismo.  

Está dando certo. Elas estão me surpreendendo com suas reações.

Esta situação humilhante que promoveram contra mim não foi tão ruim assim. Estou me sentindo cada vez mais livre e, consequentemente, mais feliz. Como diz o velho provérbio: “Há males que vêm para o bem”.  

Abraço a todos 

 

MARCHA PARA JESUS: SERÁ…?

No Rio de Janeiro, no último dia 19 de Maio, os evangélicos se reuniram para um dos maiores eventos de seu calendário anual no estado: A MARCHA PARA JESUS.
Liderados pelo famoso pastor Silas Malafaia, que contou com o apoio irrestrito de grandes líderes evangélicos, os evangélicos cariocas tomaram as ruas do Centro Metropolitano da Cidade Maravilhosa.

Em tese, o maior objetivo de uma “marcha” ou “parada” seria a afirmação dos valores e crenças de um determindo grupo que busca através da visibilidade ganhar maior aceitação dentro da opinião pública, uma vez que passam a ser mais conhecidos fora de seu reduto habitual. Assim é com o movimento pelo orgulho da raça negra, dos homossexuais, das mulheres, dos portadores de necessidades especiais, dentre outros tantos.
O que se espera de uma MARCHA PARA JESUS?
Penso que algo como mostrar para a sociedade que Jesus seria mais que um personagem histórico ou religioso. Talvez que quando pessoas passam a conhecer melhor seus pensamentos conseguem ser mais felizes. Ou ainda, que Ele pode “salvar” a humanidade de seus “pecados”, ou sentimentos ruins, uma vez que a pessoa que O segue absorve seu caráter e personalidade (que presumo, sejam bons exemplos, tolerância, amor, perdão, caridade, humildade).

Mas, no estado do Rio de Janeiro não foi bem isso o que foi visto.

Motivados pelos interesses políticos e pessoais de seu principal líder, o pastor Silas Malafaia, os fiéis deixaram de lado a perspectiva do AMOR e levantaram (talvez até inconscientemente) faixas que aludiam ao ódio, ao preconceito, à discriminação e ao repúdio por pessoas (seres humanos) que se relacionam com seus iguais, os homossexuais.
Dizer que discriminar é “liberdade de expressão”, ou que manifestar contrariedade à PLC122 que garante a defesa CONSTITUCIONAL da pessoa Homossexual é uma forma de “respeito”, isso é uma falta total da noção de CIDADANIA.
Em seu programa de TV o referido pastor sempre se refere ao Movimento Gay como uma “ditadura”. A pergunta que fica no ar é a seguinte: Quem tem uma bancada na câmara em Brasília: os gays ou os evangélicos? Quem detém uma boa parte dos horários da TV aberta e por assinatura nesse país: os gays ou os evangélicos? Quando alguém anda pelas ruas dos milhares de bairros espalhados por esse país afora vemos milhões de prédios com os nomes de suas instituições: seriam elas boites ou clubes gays ou igrejas evangélicas? Quem detém 10% (no mínimo) de seus seguidores: gays ou igrejas?

Algo forte me vem a mente agora: dizer que os gays seriam uma ameaça a esse país seria uma estupidez, se levarmos em conta a seguinte comparação:

  • HETEROSSEXUAIS: LUTA PELO DIREITO AO ABORTO, MAIOR ÍNDICE DE DIVÓRCIOS NOS ÚLTIMOS 20 ANOS, REJEITAM AS MILHARES DE CRIANÇAS A SEREM ADOTADAS.
  • GAYS: LUTA PELO DIREITO AO CASAMENTO CIVIL, LUTA PELO DIREITO A ADOÇÃO DE CRIANÇAS, MAIOR MOVIMENTO NA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS ATUANTE NO BRASIL NO ÚLTIMOS 50 ANOS.
É óbvil que não existe uma luta de Heteros x Homos, mas se tivesse, com base no que que citei acima seria complicado continuarmos discutindo.
Sexualidade não define caráter, ética ou valores. Os corruptos desse país que aparecem nas reportagens sempre são casados heterossexuais (pelo menos é o que se presume dos nomes apresentados), ou você já viu o Carlinhos Cachoeira dizendo que faz o que faz porque quer dar mais dinheiro ao “bofe” dele?
Se você é evangélico e está lendo esse texto saiba de meu total respeito à sua religião (que um dia já compartilhei), mas saia do pensamento comum e pense por um instante: O QUE EU ESTOU FAZENDO? SERÁ QUE ESTOU LUTANDO A LUTA CERTA? NÃO ESTOU SENDO MANIPULADO PARA ATENDER OS INTERESSES POLÍTICOS DE ALGUM “MALANDRO” CRISTÃO? POR QUE ESSE LÍDER MIDIÁTICO QUE COMANDA A MARCHA E ESTÁ TODO O TEMPO BUSCANDO ESPAÇO NOS TELEJORNAIS E PROGRAMAS DE TV APOIA TANTOS POLÍTICOS E AJUDA E ELEGER TANTOS DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS, VEREADORES E SENADORES?
Não se enganem meus queridos: alguns líderes virão aparentando a imagem de um pastor, mas seu interior é o de um lobo!
Por um Brasil Inclusivo e uma Nação mais justa, Davy Rodrigues

Saga: Religião não faz mal I

Já disse em outros posts que acredito que a imposição da religião (e qualquer outra crença ou ideologia) de várias pessoas sobre outras é algo maléfico, e tem que acabar. Cada ser vivo tem o direito de fazer mal a si mesmo, acreditar nas besteiras que quiser, mas não tem o direito de impo-lás a ninguém. Porém não é isso que vemos mundo afora, há milênios!

Atrocidades em nome do “meu deus”, da “minha religião”, são cometidas sem fim por anos e anos. E pior, não vão parar tão cedo _ eu acredito, aliás, que nunca vão parar.

Por isso criarei mais uma galeria no meu blog, é uma saga sangrenta e absurda, chamarei-a ironicamente de: Religião não faz mal seguida do capítulo.

Libertas Quæ Sera Tamen

Não acredito em liberdade de escolha, sim, somos limitados pelos sistema e pelas outras pessoas o tempo todo. “Grande liberdade” a escolha entre o preto e o branco, o leite integral ou o desnatado, café com açucar ou adoçante, chopp com ou sem espuma…

Lembrei agora do filme O Discurso do Rei, um pouco antes de fazer seu discurso, Bertie (Colin Firth) reclama consigo mesmo:

Sabe, se eu sou rei,
onde está o meu poder?
Posso, posso formar um governo?
Posso, posso…
criar um imposto?
Declarar guerra? Não.
Mas sou o centro de toda
autoridade. Por quê? Porque…
a nação acredita que quando eu…
eu falo, eu falo por eles.
Mas eu não consigo falar.

[Não rei da Inglaterra, nem você tem a liberdade de poder fazer o que quiser…]

Vamos lutar pelas migalhas que são jogadas a nós, pelo arremedo de escolhas que nos temos!

Religião não faz mal I

Irmã diz ter visto pais ‘sufocarem’ filha de 17 anos até a morte

G1,

Os pais de uma adolescente britânica morta em 2003 estão sendo acusados pela morte da jovem, e a irmã é apontada como a principal testemunha do crime.

Segundo a Promotoria de Cheshire, norte da Inglaterra, a irmã de Shafilea Ahmed testemunhou a morte. A causa apontada do crime eram os hábitos ocidentais de Shafilea – os pais queriam que Shafilea aceitasse um casamento arranjado com um paquistanês, mas ela se recusava e queria namorar e se tornar uma advogada.

Os pais de Shafilea, Iftikhar e Farzana Ahmed, negam o crime. Eles foram indiciados e estão sendo julgados.

Shafilea desapareceu em setembro de 2003, e seu corpo foi encontrado cinco meses depois em avançado estado de decomposição, em um rio localizado a 12 km de distância da casa da jovem.

Em discurso ao júri do caso, o promotor Andrew Edis disse que a irmã mais nova de Shafilea, Alesha, viu os pais sufocarem a menina com uma sacola em sua boca. Depois, viu eles com sacos e fita isolante, dando a entender que eles planejavam esconder o corpo.

Ocidentalizada

Edis descreveu Shafilea como uma jovem que sonhava em cursar a universidade e em ter namorados, ‘como outras garotas de sua idade’. Segundo ele, porém, os pais da garota respondiam a esses anseios com violência, na tentativa de forçá-la a um estilo de vida mais tradicional.

Um poema atribuído à jovem e lido na corte diz: ‘Só queria me encaixar, mas minha cultura é diferente; mas minha família ignorou’.

Shafilea chegou a ser mandada à casa dos avós, em uma região rural do Paquistão, aparentemente para se casar, mas ingeriu água sanitária. Foi levada de volta à Grã-Bretanha para tratamento.

A Promotoria diz que ela bebeu água sanitária ‘num ato de desespero’ para evitar ser casada à força. Já a defesa alega que a ingestão ocorreu por engano e que Shafilea pensou se tratar de um produto de limpeza bucal.

Depois de meses internada, ela teria retomado seu estilo de vida ‘ocidentalizado’, o que, segundo a Promotoria, ‘entrava em conflito com o conceito de vergonha e honra de seus pais’.

A adolescente foi vista viva pela última vez em 11 de setembro de 2003, quando sua mãe a buscou na escola.

Seu desaparecimento não foi reportado à polícia pelos pais, mas sim por uma professora de Shafilea, que teria ouvido falar que a irmã da jovem, Alesha, havia confessado a amigos que o crime fora cometido pelos pais.

Alesha, porém, logo negou ter dito isso. Os pais alegaram não saber do paradeiro de Shafilea.

‘Confissão’

O caso avançou pouco nos anos seguintes. A Promotoria diz que Alesha não falou sobre o ocorrido durante sete anos, até que foi presa por ter participado de um roubo à casa dos próprios pais.

Na ocasião, ela teria confessado à polícia que seus pais ‘agiram em conjunto’ para matar a irmã.
Alesha deverá ser chamada para testemunhar perante a corte.

O júri do caso também ouviu da Promotoria que a polícia colocou escutas na casa da família Ahmed, após o desaparecimento de Alesha, e gravou Iftikhar falar a seus outros quatro filhos que eles ‘não deveriam comentar nada na escola, ou haveria problemas sérios’.

[E que ninguém se atreva a dizer que este caso em nada tenha a ver com a religião dos pais… Alá os perdoe lol]

Lamentamos muito…

Bullying e homofobia nas escolas

Esse assunto tem estado muito em evidência ultimamente, e
deve ter gente se perguntando por que há tanta insistência no assunto.  Afinal, já não se falou o suficiente? As
pessoas já não estão ‘carecas’ de saber?

Sim, as pessoas sabem que o bullying acontece, mas é só. A
solução ainda está longe de ter sido alcançada, e isso porque envolve uma série
de fatores.
Bullying em geral já é ruim, mas quando acontece com alguém
por motivos que ele ou ela consegue conversar com os pais ainda há uma saída,
porque os pais podem ir à escola e conversar com a direção e os professores e
tentar achar uma solução. Um trabalho interessante neste sentido foi feito em
uma escola em Porto Alegre e pode ser visto aqui: “CAMINHOS DA ESCOLA ESPECIAL -DESAFIO BULLYING“.
No entanto, quando se trata de adolescentes LGBT o panorama
muda. Muitas vezes o/a adolescente não pode contar para os pais que sofre
bullying na escola pelo simples motivo de que ele não pode contar sobre a sua
homossexualidade para os pais. A maioria dos pais não está preparada para lidar
com essa realidade, existem inúmeros relatos de jovens LGBT que são obrigados a
esconder da família o que são e, portanto, também não podem contar com a ajuda
dos pais para tentar uma solução junto à escola. Isso leva a situações como
essa descrita em um artigo da Unesco, sobre evasão escolar:

Bullying homofóbico colabora com evasão escolar, diz Unesco  “Pesquisas
recentes, como o estudo Discriminação em razão da Orientação Sexual e da
Identidade de Gênero na Europa, do Conselho da Europa, identificaram que como
resultado do estigma e da discriminação na escola, jovens submetidos ao assédio
homofóbico são mais propensos a abandonar os estudos. Também são mais
predispostos a contemplar a automutilação, cometer suicídio e se engajar em atividades
ou comportamentos que apresentam risco à saúde.”


Essa situação de isolamento total, na qual o/a jovem não
pode contar com ninguém para ajudá-lo pode levar a extremos como o suicídio e
outros problemas. Um caso ocorrido no Brasil ilustra o abandono em que se
encontram jovens assim:


Mesmo quando não chega a esse ponto, há sérias consequências.
Em um estudo feito nos EUA concluiu-se que há uma tendência maior à depressão e
ao comportamento de risco e de contrair DSTs.

EUA: Novos dados relacionambullying homofóbico na escola com o suicídio, VIH e doenças sexualmente transmissíveis  Jovens adultos LGBT que relataram altos
níveis de vitimização LGBT na escola durante a adolescência tiveram 5,6 vezes
mais probabilidade de terem tentado suicídio, 5,6 vezes mais probabilidade de
uma tentativa de suicídio que necessitaram de cuidados médicos, 2,6 vezes mais
probabilidade de relatar níveis clínicos de depressão, e duas vezes mais
probabilidade de ter sido diagnosticado com uma doença sexualmente
transmissível e de comportamentos de risco para a infecção VIH, em comparação
com os colegas que relataram baixos níveis de vitimização da escola.
Homens jovens adultos gays, bissexuais e transgéneros relataram níveis mais
elevados de vitimização LGBT na escola do que as mulheres lésbicas e bissexuais
jovens.
Jovens adultos LGBT que relataram níveis mais baixos de vitimização na escola
relataram níveis mais elevados de auto-estima, satisfação de vida e integração
social em comparação com os pares com maiores níveis de vitimização da escola
durante a adolescência.

No Brasil a situação não é diferente. Conforme um estudo feito
aqui:

Maioria dos jovens brasileiros discrimina homossexuais, diz estudo  Um estudo
coordenado pela pesquisadora Miriam Abramovay apontou que 45% dos alunos e 15%
das alunas não queriam ter colegas homossexuais.
Conforme
Miriam, esse preconceito se traduz em insultos, violências simbólicas e
violência física contra os jovens homossexuais. Ela destaca que se trata de
violência homofóbica, por parte de toda a sociedade, inclusive de familiares, e
não apenas bullying (que é a violência entre pares). De acordo com a
pesquisadora, essa violência gera sentimentos de desvalorização e sentimentos
de vulnerabilidade nos jovens homossexuais.
Diante
desses fatos, a deputada Erika Kokay (PT-DF) apontou como urgente que o governo
retome o projeto Escola sem Homofobia.

Em uma entrevista feita recentemente com o deputado Jean
Wyllys, ele conta um pouco sobre a sua própria
experiência como vítima de bullying na escola:

Violência contra homossexuais tem origem na infância, diz Jean Wyllys  Deputado
contou sua própria experiência durante o seminário.
O deputado
Jean Wyllys (Psol-RJ) destacou há pouco que a violência contra os homossexuais,
que inclui casos diários de assassinatos, tem origem na infância. Ele participa
do 9º Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
(LGBT), organizado pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias; e de
Educação e Cultura.
Wyllys, que
é coordenador da Frente Mista pela Cidadania LGBT na Câmara, deu depoimento
pessoal sobre sua infância em Alagoinhas, no interior da Bahia. Ele não se identificava,
a partir dos 5 anos, com “coisas de meninos”, como futebol. “Eu gostava de
fazer desenhos, brincar de roda, de cantar e de brincar de boneca com as minhas
primas. Eu gostava de coisas de menina”, disse.
Segundo ele,
nessa época começou a ser chamado de apelidos ofensivos e receber outras
injúrias, além de ser vítima de violência física, por parte de outras crianças
e também por parte de adultos, inclusive familiares. “Essas crianças não recebem nenhuma defesa na escola, e os professores
muitas vezes inclusive culpam as crianças pelas injúrias recebidas”
,
afirmou. “Quem mandou ter esse
jeitinho?, perguntam as professoras”
. Segundo ele, os efeitos do tratamento
hostil nas crianças e adolescentes vão da timidez a deficiências da fala,
chegando a psicoses.

A quem cabe resolver o problema? Àquele que tem o poder para
isso. Diante de tantas evidências de que o bullying de fato ocorre nas escolas,
e considerando que os pais e professores estão sem nenhum preparo para lidar
com a situação, fica muito claro que a solução precisa vir das autoridades. O
Kit Anti-Homofobia que foi vetado pela presidente Dilma é uma das coisas de que
precisamos para mudar o panorama do bullying nas escolas.

A omissão descrita por Jean Wyllys na entrevista parece ser
comum. Como se pode ver no vídeo sobre o suicídio ocorrido no Brasil, a
professora também se omitiu. Pode-se concluir que muitos professores se omitem
possivelmente porque eles mesmos são homofóbicos. Embora não cometam violência
eles mesmos, permitem que aconteça. Nas palavras do irmão do menino de 14 anos que
se suicidou: “olha aí ó, meu irmão tá apanhando aí, tem uns moleque
batendo nele aí. Aí ela [a professora] ‘ah,
não tenho nada a ver com isso,
a briga é de vocês’ “

Quando a criança sai do ambiente da família para o ambiente
maior que é a escola, em seu processo gradual de se inserir na sociedade, ela
precisa ser protegida. Não é correto tratá-la como se fosse uma pessoa adulta,
já plenamente capaz de se defender, nem de agressões verbais, muito menos físicas.
E muitas vezes a orientação tem que vir de cima: são as autoridades que
precisam mandar um recado muito claro de que a omissão diante desse tipo de
conduta é inadmissível.

Åsa Heuser
vice-presidente da LiHS
para o Conselho LGBT da LiHS