Nota de repúdio ao manual misógino do PDU da UFPR

Em conformidade com seus valores estatutários, e em conjunto com sua afiliada Aliança Estudantil Secularista da UFPR, administrada pelos diretores James Kava e Ana Julita, a Liga Humanista Secular do Brasil assina o seguinte texto:

Nota de repúdio do Grupo de Gênero (Direito/UFPR) sobre o
“Manual de Sobrevivência” do PDU

O Manual publicado pelo Partido Democrático Universitário – em sua capa estampado: “Como cagar em cima dos humanos em 12 lições” – pretende abordar de forma bem humorada o cotidiano da Faculdade de Direito da UFPR. Porém, ao escrever tal manual, o que esses veteranos e veteranas fizeram foi evidenciar a cotidiana opressão machista.
As “piadas” provocativas, quando colocadas no contexto das relações sociais das quais elas derivam, representam tentativas de legitimação de opressões e violências reais que ocorrem todos os dias contra as mulheres. Segundo o manual:

“(…) No primeiro ano você é calouro de todos os anos, é o centro das atenções da faculdade (na verdade o “segundo centro”, pois o primeiro são as calouras)(…).” (p.1)
“A garota foi com você ao quarto, prometendo mundos e fundos (principalmente fundos), mas o máximo que você conseguiu foi um beijo: Código Civil, art.233- obrigação de dar: ‘A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados (…)’”.
“Ela prometeu e não cumpriu. Disse ‘vamos com calma’: art. 252,§ 1º Código Civil: ‘Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra’. Ela vai ter que dar tudo de uma vez!” (p.7)

A mulher, colocada em destaque no primeiro trecho, ocupa essa posição não como um sujeito, mas sim como um objeto sexual, como se pode depreender dos trechos seguintes. Sua subjetividade está reduzida ao plano do direito obrigacional, da coisa que será manuseada. Em suma, a posição da mulher, como colocada na relação jurídica obrigacional, é a de servir, independentemente de sua vontade. Esta é uma concepção reiterada histórica, cultural e ideologicamente por uma sociedade que permanece estruturalmente machista. O manual em questão, que reitera a perspectiva de domínio masculino sobre a mulher, é claramente uma prática agressiva e atentatória à dignidade feminina. Mais ainda: é crime, à medida em que a obrigação de “DAR”, tudo de uma vez, independente da vontade, incita à prática de estupro.
A coisificação da mulher pelo manual a submete à condição de objeto de estupro, como se isto fosse natural – como se sua mera condição de mulher a encaixasse, de imediato, em prontos moldes. Talhada historicamente para servir à sociedade, conforme a conveniência: santa ou puta. Assim a questão se coloca: estar sempre a serviço dos homens – calouros, veteranos, maridos, pais.

“Se seu amigo prometeu a você arranjar aquela garota e não conseguiu, Código Civil, art.439: ‘Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este não executar’”. (p.7)

Sendo assim, o leilão está aberto. Quem dá mais pela garota? Essa é a dita nos corredores desta universidade: mercantilização e exploração do corpo feminino. Segundo a lógica sistêmica do manual, temos a seguinte compreensão: se a menina não é bonita, se não segue os padrões de beleza, estuprá-la é dar-lhe oportunidade de tirar o atraso; se a menina sai de saia curta e é estuprada, não há problema, uma vez que ela “colabora” com o fato; se a menina, numa festa, bebe demais, estuprá-la é não mais que o direito do homem de receber diante da promessa de DAR. Assim como algum dia os Códigos regularam a aquisição de escravos, quer-se regular agora a exploração e estupro feminino na Universidade.
A ideia reproduzida por esta dominação masculina é de que não precisamos levar a sério o estupro e todos os atentados contra a livre sexualidade da mulher que permanecem frequentes em nossa sociedade. E, enquanto isso, no Brasil, a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada, segundo dados do Conselho Estadual de Direitos da Mulher – RJ (e isso sem contar as cifras ocultas, daquelas muitas mulheres que têm vergonha e/ou medo de fazer a denúncia, sendo que menos de 10% dos casos de violência sexual chegam às delegacias de polícia). Ainda, segundo dados de 2004 da Anistia Internacional, 1 em cada 5 mulheres será vítima ou sofrerá uma tentativa de estupro até o fim de sua vida, e 1 em cada 3 já foi espancada, estuprada ou submetida a algum outro tipo de abuso. Os dados apontam ainda que a América Latina registra os mais altos índices de crimes sexuais. Estupro não é brincadeira, é real.
A mensagem do Manual é clara: quem manda é o HOMEM, a mulher é o objeto e não o sujeito, devendo assumir uma postura calada, de dependência e passividade. O Manual diz: a mulher não tem direito sobre seu corpo; deve, primeiro, atender e se submeter às expectativas sexuais dos homens. O que se diz no Manual, como piada, é que a mulher é o ser passivo (ou objeto) da relação obrigacional, perde sua autonomia, sua liberdade, sua capacidade para se autodeterminar, pensar, querer, sentir e agir.
As mulheres que assinam essa Nota dizem em resposta: “Nós, mulheres, não somos objetos sexuais. Nosso corpo é nosso pra escolher ter prazer quando queremos ter prazer. Temos autonomia sobre nossos corpos para dispor de nossa sexualidade como quisermos, e devemos ser respeitadas.

Não somos os objetos de satisfação de prazer egoísta que a mídia impõe. Não viemos para servir a homens, veteranos, PDU’s ou não”.
Abaixo o manual machista!
Assinam esta nota de repúdio:

Aliança Estudantil Secularista da UFPR (AES/UFPR)

Assembleia Nacional de Estudantes Livre – ANEL

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT)

Associação Nacional dos Pós-Graduandos – ANPG

Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) – UFRJ

Centro Acadêmico de Ciências do Estado – Faculdade de Direito (UFMG)

Centro Acadêmico de Design – CADI (UFPR)

Centro Acadêmico de Direito – CADir (UnB)

Centro Acadêmico de História – CAHIS (UFPR)

Centro Acadêmico de Jornalismo – CAJUP (Universidade Positivo)

Centro Acadêmico de Jornalismo – CAJ (UFRB)

Centro Acadêmico de Licenciatura em Música – CALMU (EMBAP)

Centro Acadêmico de Psicologia – CAP (UFPR)

Centro Acadêmico do Direito – UFF Macaé (Centro Acadêmico Oliveira Vianna).

Centro Acadêmico dos Estudantes de Direito – CAED (UNISINOS/RS)

Centro Acadêmico Ferreira Viana – CAFV (UFPEL)

Centro Acadêmico Guedes de Miranda (UFAL)

Centro Acadêmico João Alves Mangabeira – CAJAM (UESC)

Centro Acadêmico Livre de Letras (CALL)

Centro Acadêmico Livre de Serviço Social (CALISS)

Centro Acadêmico XI de Fevereiro – CAXIF (UFSC)

Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (Foz do Iguaçu-PR)

CENTRO PARANAENSE PARA CIDADANIA – CEPAC

Coletivo Aqüenda! de Diversidade Sexual

Coletivo Até Quando?!

Coletivo Barricadas Abrem Caminhos

Coletivo Conteste! (UFC)

Coletivo Desentoca

Centro de Estudos Jurídicos da Pós-Graduação em Direito da UFPR – CEJUR

Coletivo de Mulheres Estudantes da Universidade de Caxias do Sul – CME (UCS)

Coletivo Dente de Leão

Coletivo Desentoca (UFPB)

Coletivo Direito em Movimento (UFRJ)

Coletivo Juntas!

Coletivo Levante

Coletivo LGBT Fruta Mordida

Coletivo Maio (UFPR)

Coletivo Quebrando Muros (UFPR)

Conselho Municipal da Condição Feminina (Curitiba-PR)

Construção Coletiva (PUC-SP)

Direito e Cidadania (UFPR)

Diretório Acadêmico Clóvis Beviláqua – Direito (FURB)

Diretório Acadêmico de Engenharia Ambiental – DAEA (UFSM/CESNORS)

Diretório Acadêmico do Serviço Social (UFSM)

Diretório Acadêmico Fernando Santa Cruz de Direito (UNICAP)

Diretório Central de Estudantes – DCE (EMBAP)

Diretório Central de Estudantes – DCE (UFPEL)

Diretório Central de Estudantes – DCE (UFPR)

Diretório Central de Estudantes – DCE (UFSM)

Diretório Livre do Direito – DLD (UFSM)

Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social – ENESSO

Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB

Federação Nacional de Estudantes de Direito – FENED

Fórum de Juventude Negra do Paraná

Forum Popular de Mulheres

Grupo de Assessoria Jurídica Universitária Popular “Justiça em Construção – JUCA”

Grupo Dignidade

Grupo de Estudos em Direito Crítico, Marxismo e América Latina – GEDIC/RN

Grupo de Pesquisa “Metamorfose Jurídica” da Universidade de Caxias do Sul

Grupo MUDA DIREITO (UNICAP)

Levante Popular da Juventude

Liga Humanista Secular do Brasil (LiHS)

Marcha Mundial das Mulheres do RS – MMM-RS

Movimento Mulheres em Luta da CSP-Conlutas

Movimento Kizomba Lilás

Mulheres da Federação Nacional de Estudantes de Direito – FENED

Mulheres de Segunda

Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Direito/CCJ/UFPB

Núcleo de Extensão Popular Flor de Mandacaru (UFPB)

Programa de Educação Tutorial em Direito da UFPR – PET-Dir UFPR

Programa de Educação Tutorial em Direito da UnB – PET-Dir UnB

Rede Feminista de Saúde – Coordenação do Paraná

Rede Mulheres Negras – PR

Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares no Ceará – RENAP-CE

Rede Nacional de Assessoria Jurídica Universitária – RENAJU

Revista Crítica do Direito

Secretaria de Mulheres do PT/PR

Serviço de Assessoria Jurídica Popular – SAJUP (UFPR)

Serviço de Assessoria Jurídica Universitária – SAJU (USP)

Terra de Direitos

União Brasileira de Mulheres (UBM)

União da Juventude Socialista – UJS

União Nacional dos Estudantes – UNE

União Paranaense dos Estudantes – UPE

Há que desarquivar

Dizer que o Golpe Militar de 1964 foi uma “Revolução Democrática” não é ser de direita, é ignorância ou dissimulação.
O que aconteceu em 1964 foi, entre outras coisas, uma repressão de movimentos sociais que buscavam a concretização das Reformas de Base (que não, não incluíam instaurar a ditadura do proletariado).
Talvez a faceta mais interessante desse evento histórico, para humanistas seculares, foi o cisma entre o “baixo clero” da Igreja Católica, especialmente as alas que lutavam por justiça social, e o alto clero, que tendeu a apoiar o evento tefepético da “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.
A diferença entre a preocupação dos primeiros com o povo e o apelo popular dos últimos na tal marcha é justamente um divisor entre o efeito benéfico da religião ao lutar contra o sofrimento e o efeito nefasto da doutrinação, do dogmatismo, da “ovelhização” do ser humano e do conhecidíssimo parasitismo social de parte do clero.
Há ainda aqueles que dizem que o Golpe nos “salvou” de uma ditadura comunista. Isso é bastante curioso diante do fato de que a “ameaça comunista” foi a mesma desculpa usada por Getúlio Vargas para continuar no poder implantando o “Estado Novo” em 1937 (que apesar do nome, não era nada novo… era o velho autoritarismo mesmo). Curioso que o único levante armado contra a implantação da ditadura getulista veio dos integralistas, no exato oposto do comunismo, pois são o que podemos chamar de versão brasileira de movimento fascista.
O século XX passou, 21% dele sendo ocupado no Brasil por um regime assassino e supressor, especialmente após o Ato Institucional nº 5, que arrancou a última focinheira de instituições como o DOI-CODI. Se de fato o Golpe evitou a revolução comunista, é difícil saber por que motivo torturas e estupros ajudariam na nossa “salvação”.
De fato, até hoje a ideologia comunista grassa nas universidades, especialmente as públicas. Não é muito difícil imaginar o porquê, até Winston Churchill, em uma de suas tiradas, reconheceu o apelo que tem o igualitarismo comunista no coração dos jovens. O pensamento marxista sofreu duros golpes, especialmente da filosofia da ciência, e hoje é defendido basicamente por dois tipos da fauna universitária: os pensadores que acham que filosofia é comentar e idolatrar autoridades mortas, fazendo apenas pés-de-página a suas teorias; e os jovens ingênuos, com uma ideia fresca e desinformada de natureza humana, de política e de ciência. Foram esses, além é claro de uma massa de impotentes acusados de conspiração comunista por coisas tão simples quanto sair de casa sem documentos, que sangraram neste lamentável período da história política brasileira que começou há 48 anos, no dia da mentira.
E nem tudo tem perdão. Há que desarquivar.
Eli Vieira
presidente da LiHS

preconceito dos religiosos

a 5 anos atras quando estava no ensino médio em uma aula de biologia surgiu o assunto de deus existir ou nao, entao o professor perguntou para cada um dos alunos se acreditava na existencia de deus, porem quando chegou na minha vez eu disse que nao sem mais e sem menos somente nao o que aconteceu todos da sala de aula me criticaram até mesmo o professor que acho que deveria ensinar aos alunos o direito de expressao e liberdade para pensar no que quiser mas nao foi isso o que ocorreu fui perseguido pelo professor até o final do ano letivo no ano seguinte minha mae me matriculou em outra escola engraçado de eu nao saber que o professor era uma epecie de vice pastor na igreja dele kkkk

A entrevista com Rick Warren: Uma perspectiva única de Deus?

A entrevista com Rick Warren: Uma perspectiva única de Deus?

“O Deus cristão não é único; portanto, a incapacidade dos cristãos de aceitar o seu politeísmo é única.”

http://linceano.com/a-entrevista-com-rick-warren-02/

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Rick Warren’s Interview: A Unique View of God?

“The Christian God is not unique; Christian denial over their actual polytheism is unique, however.”

http://linceano.com/rick-warrens-interview-02/

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La entrevista con Rick Warren: ¿Una perspectiva única de Dios?

“El Dios cristiano no es único; por lo tanto, la incapacidad de los cristianos de aceptar su politeísmo es única.”

http://linceano.com/la-entrevista-con-rick-warren-02/