Liga Humanista junta mais de 10 mil assinaturas contra proposta de emenda à Constituição 99/2011

Temos a satisfação de anunciar que nossa petição contra a proposta de emenda à Constituição nº 99/11 (PEC99), de autoria do Deputado João Campos (PSDB/GO), passou a marca de 10 mil assinaturas nesta quinta-feira.
Como acontece em outras petições da LiHS, cada assinatura foi enviada em tempo real para o email do órgão responsável, neste caso a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.
A lista das assinaturas será enviada ao relator da proposta, Dep. Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), em cujas mãos a PEC se encontra desde dezembro.
O texto original da proposta trazia assinatura de diversos parlamentares. Quando nós e o movimento LGBT denunciamos o caráter antilaico da proposta, um dos parlamentares, o Deputado Eudes Xavier (PT-CE) removeu sua assinatura.
A PEC99 pretende dar a associações religiosas o poder de propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, o que na prática significa a criação de um poder teocrático, dado que somente entidades de interesse público diretamente ligadas ao Estado têm esta prerrogativa. O autor da proposta é um notório opositor dos (poucos) avanços conquistados em direitos LGBT no Brasil, e há motivos para acreditar que esta proposta veio para dar poder a seitas intolerantes de negar direitos que o STF reconheceu a esta parcela da população, como a união civil homoafetiva.
O número expressivo de assinaturas de nossa petição só aconteceu porque a Liga Humanista Secular do Brasil tem uma postura de tolerância para com diferentes crenças e luta por um Brasil secular e um Estado laico de fato, sob o qual toda a diversidade de opiniões e crenças convivam e cresçam juntas contra a intolerância.
Agradecemos por todas as assinaturas e lembramos que esta e outras petições se encontram abertas e disponíveis neste endereço.

A morte do meu avô – O luto como ateu

A morte do meu avô – O luto como ateu

“Se não vem da religião, então, onde encontro o gozo e a paz durante estes períodos de morte? Esta é uma pergunta que eu tenho feito desde que me tornei agnóstico/ateu, não porque creio que as religiões são corretas nas suas várias descrições da vida depois da morte, mas porque muitas das nossas tradições culturais para o fim da vida são baseadas em sentimentos e expressões religiosos.[…]”

http://linceano.com/a-morte-do-meu-avo-o-luto-como-ateu

On the Death of My Grandfather – Grief as an Atheist

“If not from religion, then where do I find joy and peace during these times of death? This is a question I always asked myself after becoming an agnostic/atheist, not because I believed religions to be correct in their various afterlife descriptions, but because so much of our end-of-life cultural traditions are bound to religious sentiments and expressions.[…]”

http://linceano.com/on-the-death-of-my-grandfather-grief-as-an-atheist

La muerte de mi abuelo – El luto como ateo

“Si no viene de la religión, entonces ¿dónde encuentro el gozo y la paz durante estos períodos de muerte? Esta es una pregunta que me he hecho desde que me convertí en agnóstico/ateo, no porque creo que las religiones son correctas en sus varias descripciones de la vida después de la muerte, sino porque muchas de nuestras tradiciones culturales para el fin de la vida son vinculadas con sentimientos y expresiones religiosos.[…]”
http://linceano.com/la-muerte-de-mi-abuelo-el-luto-como-ateo

Garotinho do Itaú

Sabem aquele garotinho que rasga papel na propaganda do Itaú? Podiam dar uma Bíblia, um Alcorão, um Livro dos Espíritos, e outros semelhantes pra ele. Seria muito divertido ter o slogan ‘Use papel para o que realmente interessa’ depois da cena. Wink

Respeito e omissão

Não raro ouço alguém defendendo que não devemos nos posicionar no campo religioso. E os prejuízos que a religião causa à sociedade correm soltos, ganhando força com as bancadas evangélicas e os canais de televisão comprados.

Respeito é uma coisa, conivência com a ignorância é outra. Aceitar qualquer coisa que lhe digam, independente do quão inexato ou prejudicial isso possa ser é um desrespeito à inteligência, ao desenvolvimento coletivo.

Quem realmente se importa com as pessoas não se sente confortável em vê-las propagarem absurdos. Quem realmente deseja que elas sejam felizes, busca colaborar com seu crescimento quando identifica uma fraqueza.

Pode, até mesmo, descobrir que seu julgamento era fraco, que a opinião que tinha era insustentável diante de um raciocínio mais aprofundado. Pode descobrir que ficando calado, sustentaria uma ideia errônea, que ao questionar existe a possibilidade de uma resposta.

Não é preciso humilhar ninguém. Em geral, quem não se abre a críticas também arruma uma desculpa para uma ofensa, atribui à sua vida particular a causa pela sua revolta, inventa demônios que lhe possuem para tentar colocar tentações (apelido para raciocínio) em sua cabeça. Esse perfil talvez não mereça nossa atenção.

Mas calar diante do retrocesso de pensamento daqueles que demonstram capacidade de raciocínio, para tentar manter o respeito ao que eles acreditam, é permitir que pessoas morram por crença em curas enganosas, é permitir que injustiças se perpetuem nas mãos dos que gritam mais alto, é condenar à eterna esperança aqueles que acham, sinceramente, que não depende dos homens a sua sorte.

É preciso buscar equilíbrio para um diálogo construtivo, em que ambos possam ensinar e aprender. Nem sempre será possível, às vezes sim. Eu já acreditei em absurdos e já reagi de forma negativa a quem queria me fazer pensar melhor. No momento. Depois, na intimidade do meu pensamento, as provocações ecoaram, incomodaram, pediram para ser revistas e eu pude, aos poucos, mudar meu ponto de vista. Se aqueles que me provocaram tivessem se calado em nome do respeito à minha religião, eu não teria tido essa oportunidade de raciocínio.

Talvez só o que você receba diante de questionamentos seja essa reação ruim. É natural, é defensivo. Alguns pensarão sobre o que você disse, principalmente quando você não estiver mais olhando. Alguns não pensarão, mas quanto mais pessoas tiverem uma postura ativa, mais provável é que eles se tornem uma minoria.