O lobo voador

Em uma cidade do interior havia um povo que acreditava em um lobo voador. Passava de geração a geração a história de que o lobo havia sido visto voando durante a noite por entre os galinheiros para escolher presas para o seu jantar. Recentemente os galinheiros eram mais protegidos e não permitiriam tais assaltos noturnos, no entanto, por respeito aos mais velhos e confiança no que diziam, os cidadãos ainda tomavam precauções contra o lobo voador.

Entre essas precauções estavam alguns pequenos hábitos e regras de comportamento, como não passear sozinho à noite, não deixar comida perto dos galinheiros e nem promover caças a lobos. Conforme os anos passaram, pessoas escreveram sobre as exigências do lobo voador, com base no que seus antepassados disseram, para que as próximas gerações tivessem cuidado com o que fizessem. Quem contrariasse as recomendações e conseguisse manter suas galinhas ilesas teria que compensar a atitude com uma outra série de regras, sob o risco de que o lobo não mais fizesse concessões.

E assim passaram décadas e mais de centenas de anos de uma sociedade construída sobre o medo, mesmo que ninguém mais tivesse conhecimento do lobo voador. Qualquer um que questionasse a sua existência, no entanto, era identificado como ameaça à ordem da sociedade, já que punha em risco tudo o que havia sido construído até então: pessoas dentro de casa depois das nove da noite, horário de refeições para as galinhas e uma bela manada de lobos selvagens nos arredores, protegendo a cidade de – quem sabe – animais mais perigosos.

Um líder local dispôs-se a dedicar a própria vida em função da proteção contra o lobo voador, e criou um imposto para garantir a sua sobrevivência e a de demais protetores da cidade. Convencionou-se, a partir de congressos realizados com esses impostos, que não era tão essencial, mais, a existência real do lobo. O que importava era que as pessoas o tivessem em mente, para nunca saírem de casa depois das oito (precauções também convencionadas em congresso) e que aqueles que alimentassem suas galinhas à noite teriam que pagar impostos extras, para que os protetores pudessem empenhar-se mais nas precauções.

Com o tempo, cada cidadão tinha uma cópia das regras de proteção em casa. É verdade que era raro que as lessem, afinal, os protetores se dispunham a lembrar-se delas com bastante frequência (assegurada, é claro, por um adicional nos impostos). Também estavam disponíveis mensagens novas e adornos para a casa e para o corpo com os dizeres “lembremo-nos do lobo voador” e “honremos o lobo voador”.

Após séculos de tradição, no entanto, estudiosos locais identificaram um fenômeno noturno provocado pelas sombras das árvores e pelo reflexo de uma lagoa distante, que davam a clara imagem de um lobo voador passando perto de onde ficavam os antigos galinheiros. Tudo o que havia sido construído e que acreditava-se constituir o caráter dos moradores mostrou-se reflexo de um engano.

Nesse momento, entretanto, ninguém mais tolevara quem não acreditasse no lobo voador. Alguns encararam como conspiração. Outros como a confirmação de que o lobo os sondava (um sinal). Outros se uniram aos originais protetores para ensinar o povo que a nobreza do lobo voador não pode ser alcançada por meros estudiosos; que uma coisa não interfere na outra.

Ainda existem descrentes. Mas a maioria da população tem medo.

1º Capítulo de Engenho da Morte (título provisório), o livro online:

                                                 Estádio João Havelange. Popularmente conhecido como “Engenhão”.                                   

 

 

          Na expectativa para a última parte do 1º capítulo e, sem grandes idéias para nomes deste projeto que pode um dia tornar-se um livro, abro espaço ( que na verdade sempre esteve aberto), para sugestões de nomes de livro. Coloque em “comentários” ou envie um e-amil.

         
       A história começou com um personagem, Christian Enio, mas este personagem mora num local, logo então tive idéias de coisas que pudessem ocorrer neste local. Assim a trama foi crescendo. Este local é a Região da Zona Norte do Rio de Janeiro, onde a história se passa mais intensamente no Engenho de Dentro e Méier, mas terá passagens por Madureira, Complexo do Alemão e umas visitinhas em bairros mais nobres, para uma ida na praia. Além do mais, que suburbano, ou melhor, que ser carioca não gosta de uma praia? Se não todos, quase todos!

 Engenho de Dentro é um bairro que receberá eventos olímpicos em 2017!

Fica aqui o pedaço de algumas partes do 1º capítulo e uma notícia jornalística fictícia para entender a história. Basta clickar no título:


5 menores são brutalmente assassinados na Zona Norte do Rio de Janeiro

 

Parte I AQUI

Igreja e praça

_ Amém, amém e Graças a Deus!- Gritou o Pastor encerrando o culto. Ainda ocorrendo o grito enlouquecido e, quase ensurdecedor, emerge os aplausos dos espectadores que dali, um local aconchegante, iam para suas casas, alvoroçados, tamanho êxtase do que acontecera ali.
Chris Enio andando em direção a porta da igreja: pensava e pensava. Saiu reflexivo. Despediu-se dos colegas religiosos e seguiu andando para casa. Estava triste, pois não foi curado do mal que lhe infligia o punho. Dor infernal sentia. Indagava a si mesmo se estava desprovido de fé, pois foi ensinado que sempre que estivesse com fé e a usasse, o que ele quisesse lhe seria dado por Deus.[…] Click no link acima para ler tudo.
 

Parte II AQUI  

Amigos de sangue
   
             O despertador toca. Na doce, mas embora pesada sonolência de quem trabalha a tarde e estuda a noite, soava-lhe ensurdecedor. O toque começava baixo e lento, de modo que conforme o tempo passasse, começava a ficar cada vez mais alto e acelerado.

Eram 6:30 hs.

      Chris Enio estava consciente, aflito pois não sabia o porquê, não entendia como não conseguia acordar. Parecia que não tinha controle do corpo, tentava se esforçava. Seu corpo permanecia inerte, não conseguia sequer abrir os olhos. Já acontecera a ele outras vezes, dava-lhe medo. Sentiu uma presença chegando em sua direção em passos leves. Foi gentilmente cutucado. Sobressaltado e assustado acordou por completo, suspendendo o tórax de modo rápido e involuntário ao centro da cama, sentado, como quem acordou de um pesadelo. A mãe, que o acordou, acudiu-lhe e perguntou:

        _ Está bem, teve pesadelo? Chris Enio, ainda sentado, olhou para baixo como quem estivesse refletindo e pegou-se em um sentimento de confusão.
                                                            ***
       Na noite anterior, depois de voltar da igreja no domingo, Chris Enio chegou em casa, assistiu um pouco de televisão. Um daqueles programas de domingo que passam faz anos. Ficou sentado recostando-se no braço do sofá . Esquentou a comida, pegou pano de prato, colocou em baixo do prato e comeu. Não estava muito bem e acabou deixando um pouco de comida no prato.
 […] Click no link acima para ler tudo.

Parte III AQUI  

 Médico, relógio e infância

    Chris responde: _ Deve ser por isso que o Governador Sérgio Sobral chamou os médicos de vagabundos um dia desses. – Disse gesticulando e com o volume da voz um pouco alto para que alguns o ouvisse.

No mesmo momento em que falava tal coisa, Chris percebeu que havia uma presença ao seu lado direito. Olhou, era o médico. Na sua camisa, uma plaqueta escrita “Dr. Gonçalves”. Era um homem alto, de óculos e carregando uma maleta. O médico, Dr. Gonçalves, sorrindo de modo simpático, mas como quem diz “você não sabe de nada, meu caro”, disse com muita delicadeza e respeito:

_ Vote melhor da próxima vez!
        Chris franziu o cenho e sorriu com deboche pensando “… é um Fariseu, hipócrita… o que tem a ver voto com atraso?”. O médico, clínico, olhou para todos que ali o esperavam e disse:
_ Bom dia! Com licença!

 […] Click no link acima para ler tudo.

Parte IV AQUI  

   Começo do Fim

Na favela, ao som de funk e golpes de martelo na obra que acontecia, meninos conversavam no barraco de madeira que ficava ao lado do campo de terra onde jogavam futebol:
_ Ih, qual é neguinho? Não vai andar pra trás agora, né? – disse Lekin com raiva e gesticulando, característico de um bom malandro carioca.
_ Deixa o moleque, ele só tem 10 anos! – responde defendendo o “Menor”, apelido do menino, mais novo do grupo. 
Lekin continua, sem dar atenção a defesa do Menor por parte do Marcelo, vulgo Cachaça:
_ Qual é Menor, nós num vai roubar nenhum banco, não! É só um empréstimo de celular ou bolsa, mochila, sem devolução, de qualquer “Playboy” ou “Patricinha” por aí! – disse já em tom de quem está quase rindo. Todos puseram-se a rir, gargalhar, achando graça da expressões de medo que Menor fazia.

 […] Click no link acima para ler tudo.

Parte V AQUI 

Indagações

Agora chutando o maxilar de Caveira, ordena para que o rapaz se recomponha e torna a falar:

_ Você acha que eu entre na polícia ontem, malandro? Eu percebi que passou se cagando em frente a padaria, tentando disfarçar quando me viu! – o rapaz que já matara, estuprara, agora chorava. Para o Cabo Ferreira o choro era resposta de culpa do rapaz. “Alguma coisa tem aí!”, pensava Ferreira.
_Você veio fazer o que aqui na favela?
       Caveira responde com voz trêmula, devido o maxilar frouxo, deslocado, babando sangue:   
_ Sou morador, senhor!
_Morador, usuário ou traficante? – indaga Ferreira.
_Morador meu senhor, eu juro por Deus! _ Caveira mal acabara de falar a palavra “Deus”, o chute lhe veio certeiro no nariz. O sangue escorria-lhe pelo rosto.
Ao que pôs a dizer Ferreira:
_ Não ponha o nome de Deus em vão seu filho de uma égua! Você tem passagem pela polícia? […]
  […] Click no link acima para ler tudo.

5 menores são brutalmente assassinados na Zona Norte do Rio de Janeiro

                                                                  Estádio João Havelange. Engenhão

 

         5 menores com faixa etária de 11 a 15 anos foram brutalmente assassinados na Rua Camarista Méier, no bairro do Engenho de Dentro, zona norte, subúrbio do Rio de Janeiro. Bairro onde se encontra o Estádio João Havelange, conhecido popularmente como “Engenhão”. Ainda não foi encontrado o culpado, todavia sabe-se que os menores assaltavam, traficavam e até mesmo carregam assassinatos em suas curtas passagens pela vida criminosa, que durou apenas um ano. De um modo tinha que acabar e teve seu fim da maneira mais trágica possível. Moradores agora chamam o bairro de “Engenho da Morte”.

Uma passeata foi organizada por uma igreja do bairro que convocou as demais. A passeata fora feita na Rua Adolfo Bergamini. Os gritos dos manifestantes eram de “Este Engenho é de Cristo”, frase que, aliás, se encontrava em algumas faixas.
 

 

 

Ao lado direito a Rua Dias da Cruz e, ao esquerdo, Rua Camarista Méier.

         Muitos nos bairros do Méier, Abolição e Engenho de Dentro tinham motivos de sobra para aprontar algo a esta quadrilha de menores que se identificava, através de pichações, como: “Bonde do Penta”. A polícia emitiu uma nota dizendo já haver suspeitos. Mas quem? O mistério ronda estes bairros, esta região da zona norte do Rio de Janeiro.

Moradores perguntam “Será que o Bairro Engenho de Dentro estará preparado para receber um Evento Olímpico, com tamanha falta de segurança? Será que o Rio de Janeiro estará preparado?

Os menores estudavam em colégios próximos onde moravam, há relatos de que um desses menores obtinha bons resultados no colégio

Os 5 meninos são suspeitos do assassinato de dois estudantes, Fábio Albuquerque de 17 e Melissa Açores Rebelo de 14 e, na mesma ocasião, a inspetora Gisele Souza Mesquita. (Saiba mais clickando em AQUI ).

Quer saber mais sobre o trabalho da polícia, dos depoimentos, investigações, operações policiais então: Saiba mais clickando AQUI


Jornalísmo Fictício relacionado ao Livro online “Engenho da Morte”.


Lucas Gonzaga

Pré-Conferência LGBT no Rio e exposição sobre 10 Grandes Problemas da Bíblia na Igreja Ecumênica de Copacabana (veja o “Comentário deste Blogueiro” no final do post

14 Órgãos do Estado do RJ representados na Pré-Conferência LGBT do Rio neste domingo

Com Jean Willys, conferência discute o movimento homossexual


Com a finalidade de propor diretrizes para a implantação de políticas públicas de enfrentamento à discriminação sexual e de promoção da cidadania plena de LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), foram realizadas, neste fim de semana, pré-conferências regionais nos municípios de Niterói, Macaé, Angra dos Reis e de Janeiro.

Na capital, o evento foi na Academia de Polícia (Acadepol), no Centro da cidade, com a presença de secretários estaduais, da chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, policiais civis e militares e representantes da Guarda Municipal.

Os organizadores ressaltaram a importância histórica de o encontro carioca ser no auditório Delegado Mirabeau Souto Uchôa da Acadepol, uma instituição policial tradicional. Segundo o presidente do evento e superintendente de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, este marco demonstra como o movimento avançou no estado.

“O Rio de Janeiro foi o estado brasileiro que mais conquistas conseguiu nos últimos quatro anos”, completou Nascimento, destacando o reconhecimento pelo STF da união estável entre pessoas do mesmo sexo ao analisar uma proposta do governador Sérgio Cabral.

Academia de Polícia recebeu encontro que discotiu o movimento LGBTAcademia de Polícia recebeu encontro que discutiu o movimento LGBTDepois de abertura, a pré-conferência seguiu com uma programação de dois painéis de debates: Políticas Públicas e Direitos para LGBT e Panorama Nacional/Estadual e Panorama Regional. Segundo o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, a maior luta nesta nova etapa do movimento será a aprovação da lei federal contra a homofobia.

“No Brasil, o racismo hoje é crime e, com a Lei Maria da Penha, a violência também pode dar cadeia aos covardes que agridem mulheres. Infelizmente, a violência à população LGBT ainda não está escrita num marco jurídico como crime, o que é necessário para construção de uma sociedade generosa que respeite os direitos humanos e a diversidade”, argumentou Neves.

Causa que o deputado federal e militante do movimento, Jean Willys, abraçou como uma das prioridades de seu mandato, segundo contou depois de participar da abertura do evento. Segundo ele, a conferência é o fórum ideal para o movimento regional apresentar demandas que, depois, possam se transformar em políticas públicas elaboradas pelos governos estadual e municipal.

“Um encontro com esta importância não pode prescindir da presença do Legislativo. Por isso, vim participar. Qualquer política pública precisa ser elaborada em articulação das demandas e desafios próprios do movimento com as proposições legislativas”, explicou o deputado.

Também estiveram presentes na Acadepol o secretário do Ambiente, Carlos Minc, a subsecretária de Ensino e programa de Prevenção da Secretaria de Segurança, Juliana Barroso, a chefe da Policia Civil, delegada Martha Rocha, e o coordenador especial de Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, Carlos Tufversson, entre outros.

As reuniões no estado do Rio preparam pautas para a Conferência Nacional LGBT, em dezembro, em Brasília. Ainda em novembro, será realizada uma conferência estadual, que terá como objetivo conjugar todas as propostas regionais.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

A pré-conferência foi um sucesso, apesar do atraso de mais de duas horas para começar. A justificativa dada foi a falta de quorum mínimo no auditório. De qualquer modo, isso fez com que os grupos só se reunissem depois do almoço, por volta de 14h. Como eu tinha um entrevista marcada com uma escritora e jornalista que vinha de São Paulo só para colher informações para seu novo livro, não pude ficar para o trabalho dos grupos. Posso dizer, porém, que a mesa de abertura foi uma verdadeira aula de cidadania, de propostas e de prestação de contas.

Já em Copacabana para a entrevista, Marília e eu nos sentamos no Cafeína para um delicioso lanche da tarde enquanto conversávamos. Ela gravou tudo, porque seria impossível copiar. 🙂 A conversa foi de  alguns minutos antes das 15h até às 17:30. O tempo voou. De lá, ela partiu para encontrar o Pr. Márcio Retamero, responsável pela Comunidade Betel em Botafogo por indicação minha. Enquanto isso, eu fui para a Igreja Ecumênica de Copacabana, dirigida pelo Pr. Alexandre e pelo Pr. José, onde falei sobre  “Os 10 Grandes Problemas da Bíblia”. Esse convite foi feito em função das comemorações da semana da Bíblia no calendário católico. Colocarei em novo post os pontos que abordei lá. Claro que não poderei escrever tudo o que disse, porque além da exposição, houve um “chat” em roda depois que o culto da igreja terminou. Ao todo fiquei com eles cerca de quatro produtivas e deliciosas horas. Não sei como aquele povo lindo, carinhoso e acolhedor teve tanto interesse e paciência. Sem falar que vários deles haviam comprado e lido meu livro da última vez que fui lá.

Foi um domingo só de trabalho, mas também de muitos avanços para os direitos LGBT e para o esclarecimento racionalista. Agora, é enfrentar essa nova semana com garra e alegria. De que outra maneira, então? 

Abraço a todos e todas!!!
P.S.: Luiz Henrique (colaborador do Bule Voador), adorei te conhecer pessoalmente lá na pré-conferência. Parabéns pela pesquisa de mestrado que você vem fazendo!