Chris Enio em: Como dizer o que se passa comigo, sem dizer? _ Parte I

_ Amém, amém e Graças a Deus!- Gritou o Pastor encerrando o culto. Ainda ocorrendo o grito enlouquecido e, quase ensurdecedor, emerge os aplausos dos espectadores que dali, um local aconchegante, iam para suas casas, alvoroçados, tamanho êxtase do que acontecera ali.

        Chris Enio andando em direção a porta da igreja: pensava e pensava. Saiu reflexivo. Despediu-se dos colegas religiosos e seguiu andando para casa. Estava triste, pois não foi curado do mal que lhe infligia o punho. Dor infernal sentia. Indagava a si mesmo se estava desprovido de fé, pois foi ensinado que sempre que estivesse com fé e a usasse, o que ele quisesse lhe seria dado por Deus. Estava sendo humilde, pois sabia que cria em Deus e o estimava como um amigo íntimo, com todo o respeito. Tinha certeza que acreditava em Deus, mas não entendia o motivo de não ser curado, embora que ao mesmo tempo Chris Enio imbuído de esperança, lembrava o que foi lhe ensinado neste dia de culto. Pensou em começar a praticar “o poder da Palavra”, recordando-se apressadamente também sobre não proferir palavras negativas, pois fora ensinado naquele dia que se muitos males lhe acontecia, seria por que ele mesmo provocava a si tal mal. Lembrou do exemplo que o Pastor tinha usado, que se falasse “Eu não presto, eu não sou feliz” estaria atraindo um demônio a si que se encarregava de cumprir o que ele tinha proferido.  
 
       Ainda no caminho para casa, sem mais nem menos Chris Enio lembra-se de seu antigo amigo e de como se divertira com o amigo em um carnaval. Fora persuadido de que o amigo era “do mundo”, “das trevas”, “má companhia” para um cristão. Foi o que lhe disse seu “Líder espiritual”. Afastara-se de seu amigo Pedro, logo ao entrar para a igreja. Conhecia Pedro como ninguém, pois conheciam-se desde ainda pequenos. Suas mães eram amigas antes de nascerem. Sabia em seu íntimo que Pedro era uma boa pessoa, sem querer admitir esta hipótese , é claro pois não queria entrar em contraste com o que seu pastor um dia lhe dissera ao ter apresentado o amigo a igreja, o seu pastor o ”revelou” em “mistério”, rodopiando e pulando que Pedro era usado pelo Diabo para desviá-lo dos “caminhos de Deus”.
          Após 15 minutos de caminhada, ainda voltando da igreja, faltando-lhe ainda metade do percurso para chegar em sua casa, cansado, reflexivo e desatento , pôs-se a sentar em um dos bancos de uma praça com árvores grandes e de topografia de característica inclinada, onde, mesmo tendo em vista a hora um pouco avançada para estar nas ruas da  cidade do Rio de Janeiro, encontravam-se idosos aos montes, alvoroçados, jogando dama. No banco, Chris Enio, apoiou os cotovelos sobre as coxas e com testa debruçada sobre as mãos cerradas, percebeu-se com a frase de seu amigo, Pedro, martelando-lhe na mente. A frase o ofendia, mas não saia da mente:
_“Religião que separa amigos não leva a Deus, leva ao Ódio a Guerra, a Intolerância”
  
      Pedro lhe disse isto mansamente, contudo perceptivelmente consternado, com lágrimas preenchendo seus olhos. Essa conversa ocorreu quando Chris Enio influenciado por um de seus líderes, disse a Pedro que não mais o procura-se, pois agora “seguia os caminhos do Senhor” e não poderia mais andar com ele, pois Pedro era “ímpio”.
      
         Enquanto Chris Enio lembrava-se do amigo, de Pedro, de modo muito distraído, cabisbaixo, pensado se talvez havia feito algo de errado, e precipitado, se de repente o Pastor errou,etc., também nem gostava de ter pensado sobre se o Pastor pudesse ter errado, pois fora ensinado que duvidar da autoridade do pastor era pecado e que muitos demônios podiam-lhe possuir se ficasse duvidando de sua “cobertura espiritual”. Enfim, enquanto tudo isso lhe ocorria na mente de forma rápida, tensa e intensa, aflita, Pedro, o amigo em que Chris Enio pensava, passava pela mesma praça. Pedro passava por um local escuro, porém também muito distraído, triste pensado no mesmo assunto: Chris Enio, sua religiosidade e a falta que sentia do amigo. Depois de Pedro ter passado sem ambos se perceberem, Chris Enio resolve levantar-se e continuar o percurso para casa. Chris Enio chegando quase a uma esquina, repentinamente olha para trás e vê Pedro quase chegando em outra esquina, virou com raiva e seguiu seu percurso imaginando com raiva por que Pedro nem lhe dera um simples “oi”, por que passou direto. Da mesma forma, logo após, Pedro olhou para trás e viu Chris Enio quase virando a esquina da outra ponta. Já Pedro ficou triste pensando que a religião já tinha corroído o bom-senso de Chris, a educação e as virtudes que Pedro conhecia em Chris, pois nem cumprimentar-lhe mais Chris estava fazendo.

 

       Ambos estavam distraídos e pensando que o outro passou e decidiu por inimizade não falar. Para Pedro, o efeito que deu foi o de ficar mais preocupado com o amigo. O efeito para Chris? Confuso e atordoado, estava convicto de que aquilo que ocorrera era um sinal de Deus para que não mais duvidasse da autoridade de seu “líder espiritual”.

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To be continued Continua

Ateus e agnósticos, esses seres esquisitos(Claudia Rodrigues)

Estava com esse texto na aba do navegador a uma semana. Não me lembro por onde tive acesso a ele, se foi um link de recomendação de fórum ou de tweeter, pensava que era o mesmo artigo do Reginaldo Medina para o Bule Voador sobre a busca da criação de filhos longe da influência religiosa que acontece nas escolas mesmo sem a permissão dos pais(http://bulevoador.haaan.com/2011/07/24470/).

 

Mas li nesse fim de semana, e é um relato interessante de uma mãe narrando os fatos que aconteceram na criação de sua filha, e as atitudes que ela tomou perante a influência que estavam fazendo a menina, como orações para refeições, discussões com pseudopedagogas(“Ah, mas não me diga que a senhora sendo uma pessoa engajada nas questões ambientais, no respeito às crianças, alguém que faz campanha contra bater em crianças, é contra Deus, como pode não acreditar em Deus?”), o questionamento da criança do porque dos pais não seguirem alguma das confissões que os colegas tinham, convites das amigas para fazer eucaristia(por motivo de usar vestidos brancos), dentre outras.

 

Recomendo a leitura em:

http://sul21.com.br/jornal/2011/07/ateus-e-agnosticos-esses-seres-esquisitos/

Aonde iremos chegar?

Olha que absurdo! Estive outro dia no Conselho Tutelar da cidade vizinha à minha e vi este cartaz do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Em que mundo estamos? Impressionante ter que chegar ao ponto de existir uma campanha assim. É revoltante!