Recentemente eu fiz um aborto.
Enfileirados na frente da clínica havia cerca de uma dúzia de manifestantes. Seguravam cartazes enormes com slogans antiaborto, iconografias religiosas e imagens de bebês mortos.
Ao passar pelas portas à prova de balas, a natureza gráfica daquelas fotos me assombrava na sala de espera. Que cara teria o meu aborto? Decidi documentar secretamente meu aborto com meu celular.
Minha intenção ao documentar e compartilhar o meu aborto é desmistificar as imagens sensacionalistas propagadas pela direita religiosa e política sobre essa questão. O uso perverso de fotografias de fetos mortos são uma arma de propaganda do debate pró-vida/pró-escolha no qual as mulheres e seus corpos são usados como peões para favorecer interesses culturais, políticos e religiosos nos Estados Unidos.
Às 6 semanas de gestação, meu aborto teve uma aparência bem diferente das imagens que vi quando entrei na clínica naquele dia.
Este é meu aborto.

Para saber mais sobre este projeto, por favor leia minha carta aberta ao jornal The Guardian.
Essa foi minha experiência. Não sou uma especialista médica. Encorajo todas e todos a se educarem sobre o aborto com as informações mais diversas que estiverem acessíveis. Através da educação, você pode tomar uma decisão informada sobre o que é o melhor para o seu corpo.

Se quiser escrever pessoalmente para mim, faça-o em inglês para jane@thisismyabortion.com.

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O Conselho Feminista da Liga Humanista Secular do Brasil, responsável por esta versão, também está aberto para comunicação através do email cofem@ligahumanista.org.br.
ATENÇÃO: Este site é a tradução livre do site ThisIsMyAbortion.com, de autoria de Jane, uma americana que prefere manter-se anônima. O conteúdo desse site, de teor educacional, não reflete, necessariamente, a opinião da Liga Humanista Secular do Brasil (LiHS). Embora a LiHS defenda o direito ao aborto, não recomenda o procedimento já que é considerado crime no Brasil. Salvo em condições muito específicas (quando há risco de vida para a mulher causado pela gravidez, quando a gravidez é resultante de um estupro ou se o feto for anencefálico), infelizmente o aborto ainda é crime no Brasil (Art. 124. Código Penal Brasileiro).

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