Qual boneca é a mais bonita?

Leiam o texto antes de ver o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=BAwZAh6v5Y4&feature=player_embedded

Autor: Jeronimo Freitas

Acho que quase todo mundo já ouviu falar no teste da boneca que foi feito nos EUA na década de 60. O teste consistia em apresentar a crianças negras uma boneca branca e uma negra e perguntar qual era a mais bonita, a mais gentil, a mais feia e a mais má. Elas sempre escolhiam a branca como sendo boa e bonita e a negra como má e feia e justificavam isso dizendo que as achavam bonitas e gentis por serem brancas ou feias e más por serem negras. O teste foi refeito em 2008 e os resultados continuam os mesmos. É surpreendente ver quando o entrevistador, após ter ouvido a criança dizer que a boneca negra é feia e má, pergunta à criança qual boneca se parece mais com ela. A criança sente o choque ao perceber que também é negra e então se dá conta que deve ser feia e má apenas por ser negra, mas se sente em conflito por não se sentir assim. Embora as legendas tenham sido feitas para a língua francesa, quem entende um pouquinho o inglês pode acompanhar bem o vídeo.

Gostaria com isso de chamar a atenção para o fato de que muita gente que acha que é um exagero criticar algumas “piadas” sobre negros, dizendo que não são discriminatórias. Todos já ouviram o ditado que diz que de grão em grão a galinha enche o papo. Pois bem, de piadinha e piadinha criamos o preconceito. Acho que hoje já temos acesso suficiente ao conhecimento para que possamos mostrar aos recalcitrantes racistas, homofóbicos e àqueles que insistem em seguir valores anacrônicos por questão de tradição ou de dogma, a importância de submetermos nossos pontos de vista ao crivo da razão. Sabemos que um sentimento pessoal, por mais verdadeiro que pareça ser, por mais que seja aceito por milhares ou milhões de pessoas, pode ser tambem falso. Um erro, ainda que repetido por milhões, continua sendo um erro. Apenas uma análise crítica e sustentada por evidências pode validar algo como verdadeiro. Todo sentimento pode está sujeito a erro. Ninguém é melhor ou merece ter mais privilégios que ninguém por ser branco ou heterossexual, homem ao invés de mulher, jovem e não velho, cristão no lugar de mulçumano, rico e não pobre. Ninguém pode se achar mais certo que ninguém, quando não houverem evidências que justifiquem.

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