Que Felicidade !!

Que Felicidade !!

Nós poderíamos não existir, nosso Planeta poderia ser tão inóspito quanto os demais. E no entanto aqui estamos, numa Terra borbulhante de vida. Tudo porque o arranjo cosmológico aleatoriamente estabelecido permitiu que na Terra moléculas pré-biológicas se tornassem biológicas e depois evoluíram.

No caos movido por suas próprias forças imanentes, nichos do Cosmos se organizaram; leis físicas se estabeleceram; elementos químicos se formaram; a rotação e translação de nossa Terra, sua inclinação que propiciou as estações, tudo foi essencial: o verão, o outono, o inverno e a primavera, além da providencial presença da água. Nossa distância do Sol, nossa Lua por perto, as estrelas distantes, que coincidência feliz! E a Terra, com sua posição no Sistema Solar e no Cosmos, ficou protegida da radiação mortífera e pouco vulnerável às chuvas de meteoros, graças à nossa protetora camada atmosférica.

Deveríamos festejar todos os dias de nossa vida, por não sermos apenas rochas, gases ou pó. Seres viventes que então nos tornamos, adquirimos consciência e agora podemos pensar, criar, sorrir, amar.

Cada um de nós poderia nem ter nascido; entre milhões de concepções possíveis, fomos nós os afortunados.

Celebremos a vida!

(Assis Utsch, autor de O Garoto Que Queria Ser Deus)

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3 comments

  • ARTHUR TAVARES CORTÊS 20/09/2013  

    Também me dá um frio na barriga conectar todas essas casualidades. Em síntese, somos um pedaço do Universo capaz de compreender a si mesmo.

  • Arthur,

    Nossas compulsões frequentemente nos levam a buscar o Causador de Tudo. Todavia, a angústia não termina, já que continuaríamos perguntando Quem causou o Causador, e assim infinitamente. Parece muito mais sensato e lógico imaginarmos um Universo existente por suas próprias contingências imanentes.

    Ao contrário de pensarmos sobre alguém nos criando, parece muito mais natural pensarmos que só existimos porque o arranjo cosmológico aleatoriamente estabelecido permitiu que na Terra moléculas pré-biológicas se tornassem biológicas e depois evoluíram.

    Um grande abraço. Assis Utsch

  • ARTHUR TAVARES CORTÊS 25/09/2013  

    Olá Assis e demais colegas,

    Obrigado por abrir essa porta de dialogo. Desculpe pelo meu texto nao conter pontuacao adequada, o fato eh que nao ha essa funcao ao conectar o teclado no tablet que digito essas linhas. De outra forma, ficaria inviavel a digitacao que me proponho a fazer neste equipamento.

    Compartilho com seu posicionamento. Eh tentador personificar uma entidade e atribuir-lhe funcoes visto que a cultura de um individuo assim como aspectos subjetivos e pressao social, moldam o modo de perceber a realidade.

    Devemos encorajar a todos que tivermos contato, com respeito e bom senso, atribuir o valor da causalidade da combinacao de diversos fatores nao-animados (sem alma, sem vida) na constituicao dos seres animados e de nossa complexa condicao humana – algo que voce consegue neste texto.

    O causador-de-tudo foi um recurso que o ser humano utilizou para o controle do Universo, afinal, a maioria das tradicoes instituidas e mesmo o senso comum esoterico listam condutas e modelos de ser humano que compactuam com os propositos ideializados por um ser imaginario, prometendo-lhe em troca garantias e vantagens materiais e imateriais.

    Quando tentamos classificar o mundo a nossa volta, tendemos a isola-las em categorias. Todavia, o Universo eh simultaneo, e encorajo a dizer em sintese que somos a sua representacao consciente. Da mesma forma que nao deixamos de ser animais, tambem nao deixamos de ser Universo ao sermos humanos.

    Isso independe de um ser imortal que faz magicas. Se a realidade fosse assim, com um causador-de-tudo, ja teriamos encontrado indicios, o que nao eh o caso. Mais de 3000 anos de narrativas humanas e muitas pessoas ainda nao compreendem que nem todo livro de ficcao esta na estante correspondente da livraria.

    Por fim, gostaria de sintetizar o meu argumento. Nao defendo a entidade, mas a condicionalidade que nos permite ser como somos na maneira que somos. Certamente as pessoas nao-ateistas (prefiro dizer assim do que teistas pois a minha perspectiva eh de dentro, ateismo, para fora) procurariam forcas da natureza que nao existem em nosso mundo. Todavia somos feitos apenas daquilo que esta disponivel. E essa sabedoria deve sim ser celebrada.

    Um grande abraco,

    Arthur Cortes – Natal-RN