Revelando as Religiões

Revelando as Religiões

     As religiões são apenas superstições mais elaboradas. Mais elaboradas porque ao longo de sua formação seus criadores foram incorporando seus rituais, suas narrativas, primeiro orais, depois escritas, forjaram seus livros, sua doutrina, teologia, sua literatura, etc. As crenças foram perpetuadas através da doutrinação, repetição, usos, costumes e tradições.

     Os livros sagrados de todos os credos são coleções de fábulas, mitologias, contos, lendas e fragmentos de culturas antigas. A prova de que esses livros são mitologias está em seu próprio conteúdo fabulesco. Eram narrativas sujeitas àquela regra: quem conta um conto lhe acrescenta um ponto. Mais as alterações, supressões, adições, reinterpretações e recriações que esses textos foram recebendo. Não houve nenhuma revelação.

     O Deus é um ser da mesma natureza dos deuses, semideuses, divindades, santos, fetiches, xamãs, toténs, etc, etc, e todos são criações humanas. Todos os salvadores, messias, profetas e pregadores são os precursores dos atuais exploradores de nossa credulidade. Ainda assim, afastar de nossas mentes o Deus herdado desde o colo da mãe é uma tarefa impossível para muitos.

     O conceito de espírito ou alma surgiu quando o homem primitivo começou a interpretar o sonho como uma entidade que habitava nosso interior. Surgiu então o animismo, de alma ou espírito, entes imaginários, pois o que temos de imaterial é a nossa consciência, o pensamento, a imaginação, a mente, mas gerados por nossa própria condição biológica.

     A ética (ou a moral) independe de qualquer fundamento teológico, já que ela resulta da própria necessidade da convivência harmônica dos homens. O grande balizador da ética é a regra de ouro – Não fazer aos demais aquilo que não gostaria que lhe fizessem – e que vem desde os escritos antigos e repetida inclusive nos Evangelhos.

A existência do Universo. Quem admite Deus como Primeira Causa de Tudo apenas cessa o pensamento, capitula-se. Pois, se há um Ente sem Causa – Deus – por que o próprio Universo não poderia também existir sem causa? E se não se pode tirar Algo do Nada, uma vez existindo o Algo – o Universo – este está condenado a existir desde sempre – eternamente. Mas se fosse possível existir Algo a partir do Nada, então o Universo poderia também ter surgido desse Nada, e mais uma vez não precisaríamos de um Criador.

     E nós existimos porque o arranjo cosmológico aleatoriamente estabelecido permitiu que na Terra moléculas pré-biológicas se tornassem biológicas, e evoluíram.

     Todo o mundo sobrenatural ou transcendente que imaginamos é resultante de nossos medos, fragilidades, compulsões, nosso autoengano e de nossa inconformidade com a finitude da vida.

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