Cristãos contra a homofobia

http://blogdopablobrandao.blogspot.com/2011/04/campanha-crista-pede-aprovacao-de-lei.html

 

Campanha cristã pede aprovação de lei anti-homofobia

 Cristãos se unem para pedir a aprovação do projeto que criminaliza a homofobia no Brasil
Está rolando na internet uma campanha de cristãos pela aprovação do PLC 122/06, que criminaliza a homofobia no Brasil, como forma de responder a outras tantas campanhas contrárias à proposta realizadas por fundamentalistas da palavra de Jesus Cristo. O objetivo é ser bem viral e simples e mostrar que existem também católicos e evangélicos que querem a criminalização da homofobia.

A ideia é usar a literalidade com a qual os fundamentalistas interpretam a Bíblia Sagrada para destacar que nem tudo deve ser levado ao pé da letra. Um primeiro banner já caiu na rede e pode, e deve, ser livremente publicado em redes sociais como Facebook, Orkut, Twitter e Flickr. Ainda no Twitter, a campanha é feita usando-se as hashtags #CritaosPelaPLC122 #SouCatolicoEapoioaPLC122 #SouEvangelicoEapoioaPLC122.

Honestidade Intelectual

Honestidade Intelectual
Autor: Jeronimo Freitas

Depois que as bases da metodologia científica foram estabelecidas pelo filósofo inglês Francis Bacon[1],
houve uma avanço significativo no conhecimento humano. Com o passar do tempo, muito daquilo que era tido como certo, por séculos a fio, passou a ser questionado e em grande parte refutado.  Foram esses questionamentos que fizeram com que a Terra deixasse de ser plana e de ser o centro do universo.

Eles explicaram que os fenômenos naturais como terremotos, enchentes, erupções vulcânicas, tempestades e secas, assim como as doenças contagiosas, não deviam serem atribuídos a castigos divinos, em resposta à desobediência humana, e passaram a ser explicados de maneira coerente, serem previstos e, em certos casos, minimizados, controlados ou até mesmo erradicados. Os sonhos deixaram de ser considerados viagens espirituais a outros mundos e a morte começou a ser vista como apenas mais uma etapa do ciclo biológico do indivíduo.

  
A metodologia científica mudou paradigmas e fez avançar a moral. Isso fez com que diminuíssem sensivelmente, nas sociedades cientificamente desenvolvidas, injustiças culturais como as acusações de bruxaria, a escravatura, certos preconceitos, as execuções sumárias e a desigualdade baseada em gênero, raça, idade, religião e preferência política ou sexual. O avanço científico fez aumentar a expectativa e a qualidade de vida nas sociedades industrializadas. Nunca se viveu tanto tempo, de maneira tão saudável e com tanto acesso à cultura e à informação como se vive hoje. O conhecimento e a moral ocidental de hoje nos permite ver onde erramos no passado e o que podemos melhorar hoje para podermos ter um futuro melhor. A questão do aquecimento global é um excelente exemplo. Para que chegássemos à qualidade de vida ocidental de hoje, tivemos que usar a razão e abandonar uma porção de crenças infundadas que até então eram transmitidas como verdades, apenas por uma questão de tradição. Tivemos que questionar o status quo, reconhecer o que estava errado e trabalhar em busca de soluções. Tudo isso foi conquistado graças à honestidade intelectual e à capacidade que alguns homens e mulheres têm, de questionar a realidade e assim chegarem a mudar de idéia.
 
É perfeitamente normal que as crianças não questionem as informações que recebem. Essa maneira de funcionar foi, possivelmente, a estratégia privilegiada pela Seleção Natural, para permitir que as crianças primitivas aprendessem rapidamente os ensinamentos passados pelos seus pais. Vocês já imaginaram como seria difícil ensinar algo a uma criança, se a cada coisa que vocês a dissessem ela lhes pedissem uma prova? Seria impossível.  Por isso as crianças foram “programadas geneticamente” para aceitar o que os adultos dizem. Mas elas não devem continuar assim para sempre.  Não queiram que seus filhos funcionem como maquinas que repetem o que ouvem sem questionar. Tenham cuidado com o que ensinam a seus filhos. Uma criança obesa, racista, xenofóbica, anoréxica, geralmente está sendo vítima da negligência e/ou desinformação dos pais. Não estimulem seus filhos a aceitarem como verdade tudo aquilo que lhes passam como sendo verdadeiro, seja por uma questão cultural, seja por acharem que as coisas sempre foram assim. Sejam diferentes. Pensem e usem o cérebro! Questionem! Peçam provas!
 
Vocês não devem agir como idiotas. Vocês são seres humanos do século XXI e a responsabilidade da educação de seus filhos está, em grande parte, em vossas mãos.
 

“Não é o bastante ver que um jardim é bonito, sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?”

 Douglas Adam (1952-2001)
 
Não desperdicem um cérebro tão complexo com futilidades e dogmas. Examinem sempre os pontos de vista  diferentes do seu. Uma vez a evidência comprovada, sejam capazes de entendê-la e aceitá-la.
 
 
LEIAM, INSTRUAM-SE
  
Se não há evidências testáveis, não há certeza. É por isso, e apenas por isso, que eu não posso hoje afirmar a existência de deus. Também é necessário ressaltar que a falta de evidências sobre algo (deus), não implica, necessariamente, que esse algo(deus) não exista. Implica apenas que não se pode afirmar a existência de algo para o qual não se há evidências.  Nem eu e nem ninguém, que seja intelectualmente honesto, pode afirmar que deus existe ou não existe.[2] Pense nisso!!!
Você que está lendo esse artigo, direto do seu PC, smart-phone ou iPad , que é capaz de interpretar esse texto e entender a idéia que eu quero passar, faz parte de menos de 5% da população do mundo. A maior parte das pessoas passa pela vida sem se interessar em conhecer e aprender sobre o mundo que as rodeia. A maior parte das pessoas é também, pobre ou miserável e uma coisa está intimamente ligada à outra. Eu me preocupo sempre em saber se o políticono qual vou votar ou se o médico que cuida as saúde dos meus filhos é alguém a quem eu possa considerar como sendo intelectualmente honesto. Isso pra mim é muito importante. Se eu tiver escolha, eu vou sempre optar por votar em um político secular e escolher ser tratado por um médico cético. Como eu poderia confiar num médico ou num político que acredita nas coisas apenas porque lhe disseram? De um médico homeopata eu quero distância, na verdade eu acho que eles não merecem ser reconhecidos como médicos e não deveriam ter direito a exercer a profissão.
  
Busquem informação, discutam com pessoas de opinião diferente. Se um dia alguém não tivesse duvidado que o mundo não era plano como afirmavam e não tivesse se aventurado numa viagem para além dos limites que estabeleciam o fim do mundo naquela época, as américas não teriam sido “descobertas” e você que está lendo esse artigo no Brasil, talvez tivesse nascido na Índia ou no Irã. Se isso tivesse acontecido você não seria cristão e certamente defenderia com afinco, tudo o que hoje você julga estar equivocado. Você inclusive ia achar que as pessoas que hoje pensam exatamente como você, iriam para o inferno, quando morressem, pelo simples fato de cultuarem o deus errado.
 
 
Como leitura complementar eu gostaria de sugerir dois textos:
 
Richard Dawkins: Boas e mas razões para acreditar.
 
 
 
[2] Eu sou ateu. Ateu por definição é
 
aquela pessoa que não acredita na existência de divindades. Eu não posso provar que deus não existe. Nem o deus teísta, nem, muito menos, o deus deísta. Entretanto eu sou partidário da teoria que deus é uma criação do intelecto
 
humano que preenche lacunas deixadas em aberto pela falta de conhecimento e de respostas às questões existenciais. Deus é a evolução da crença no amigo invisível que as vezes vemos habitar a mente das crianças. Eu li, e continuo
 
lendo, enormemente sobre isso e tenho a forte convicção que o conhecimento científico vai por em cheque a existência de deus. Do ponto de vista filosófico, eu deveria me posicionar com agnóstico ateísta, mas do ponto de
 
vista pragmático, prefiro me posicionar como néo-ateista-secular.

Douglas Adam (1952-2001)

O Mito da Razão

Antropomorfismo e Antropismo.

O Antropomorfismo é a concepção de que as coisas obedecem, necessariamente, o ponto de referência humano para existirem e se manifestarem. Não é somente, como comumente pensam atribuir “forma humana” às coisas. É também extrapolar a forma física e estabelecer um modo de ser humano. Quando se atribui sentimentos, humores e concepções que são iminentemente humanas aos animais e objetos há o que chamamos de antropomorfismo. Nesse caso, sem a aparência humana, chamamos também de “animismo”.

O Antropismo, por sua vez, embora possa conter o antropomorfismo como variante, em geral se refere à concepção de que tudo no mundo (inclusive o próprio universo) existe para chegar ao homem. O homem é o ponto máximo e causa final de todo processo evolutivo, não só como objetivo, mas também holograficamente tradução fiel, como microcosmo, do Universo e de seus desígnios como um todo.

Ambas as concepções estão no bojo da perspectiva criacionista e de sua vertente pseudo-científica Design Inteligente, além, é claro, de toda tradição religiosa do planeta.

Quando o pensamento ocidental se pautou por eliminar a metáfora antropomórfica pela formulação de conceitos, acabou caindo nas garras do antropismo. Até mesmo grande parte da própria ciência biológica antes de Darwin, embora já considerasse uma tipologia móvel, imaginava os animais como pedaços mal acabados e incompletos que mais tarde desembocariam no ser humano como objetivo máximo da natureza.

Pior do que isso, foi continuar atribuindo certo design e propósito na natureza que cumprisse algum objetivo ulterior ou finalístico fora de seu próprio processo complexo e integrado contingencial.

O Mito

O mito da razão parece-me nos remeter a uma noção histórica, e não só escolástica, de uma centelha divina em nós nos dando a luz da racionalidade no desvendar das coisas que foram feitas para nosso desfrute e sentido. O mito de Prometeu explica a racionalidade humana pelo roubo do fogo dos deuses promovido pelo titã à revelia de Zeus. O sopro bíblico que torna o homem vivente traz a mesma conotação. A palavra “espírito” vem de sopro, correlacionado à “pneuma”, “psique”.

Portanto, essa noção de que nossa racionalidade é capaz de desvendar, captar, entender, controlar uma suposta Razão do Mundo e que possamos agir por essa Razão teleologicamente, é, ao meu ver, um mito. Esse mito traz o antropomorfismo e o antropismo como concepções cosmovisionárias arraigadas que se tornaram quase irresistíveis em nosso modo de pensar e contamina também até concepções laicas e ateístas, por incrível que pareça.

Como os amigos vêem essas reflexões?

Gilberto Miranda Junior

Filosofando na Penumbra

A propaganda Religiosa

 

As religiões não cansam de propagar que sua missão é tratar os aflitos, os necessitados, os desesperados. Podemos ver o resultado disso nos depoimentos de quem às freqüenta.

 

A história dessas pessoas normalmente envolve relatos de ter encontrado “Deus”, “Jesus”, “iluminação”, quando passavam por momentos de crises, quando passavam por situações limites e desesperadas. Isso levanta muitas questões para refletirmos, por exemplo: Porque as religiões são mais atuantes e marcantes para esse tipo de pessoas? Porque buscar seus fiéis entre pessoas fora de seu estado mental “normal” e “integro”? Porque mais crescem entre os mais pobres e com baixa escolaridade? Acaso estão mais vulneráveis por falta de assistência do estado aos seus direitos básicos? Se realmente essas crenças organizadas procuram os momentaneamente desequilibrados ou desassistidos para dar a “acolhida” nestes momentos difíceis então é caracterizada uma estratégia planejada para gerar um tipo de “compromisso”?

 

O que parece é que usam de uma fragilidade momentânea das pessoas nessas situações para incutir sua visão de mundo, afinal, por um sentimento de “dívida” para com que os ajudaram, muitos podem acabar e acabam por permanecer nestas seitas e religiões, passando a colaborar financeiramente, ou com trabalho, ou com doações, ou com voto para um pastor, etc.

Pode ser que para alguns isso pareça algo licito, aceitável e até esperado. Pode parece em um primeiro momento que é louvável ter pessoas que ajudam os outros quando esses estão mais necessitados… Mas essa “ajuda” espera uma contrapartida: que você viva o resto de sua vida sob sua doutrina sem questionar, que colabore da forma de demonstrar sua fé, colabore e se empenhe em sua vida pelos interesses dessa religião… Pelo que parece eles tinham um objetivo, tinham um público-alvo, estavam esperando e usam a desgraça para se promover.

Não seria mais altruísta ajudar aos outros sem se fazer propaganda disso? Afinal ser altruísta é ajudar em prejuízo próprio, sem alardear aos quatro ventos o quanto são bons por ajudar os necessitados… Não que não devam se orgulhar de ajuda ao próximo como pregam, mas estão agindo com foco nos seus interesses, e estão sendo assistencialistas quando na verdade ajudariam muito mais ao “dar a vara ao invés do peixe”.

Coloquei essas questões por ainda pensar em casos como o da chacina do Realengo. Para mim ficou evidente que a religião deu assistência não qualificada a uma pessoa psicologicamente perturbada, e isso trouxe péssimas conseqüências para a sociedade. Ele encontrou na Bíblia e na crença em Deus o que buscava na sua mente doentia, ele precisava de alguém que o apoiasse e ratificasse a vingança que pretendia… e um Deus que manda matar, que manda cometer atrocidades, e que dá a vida eterna para quem o faz em seu nome seria perfeito.

Ele só precisava fazê-lo em nome dele. E ele fez.

Por não terem formação e qualificação para tratar pessoas em todas as suas complexidades, e principalmente nestes estados, as religiões não deveriam se prontificar a lidar com casos como este. A forma como a religião atrai e mantêm seus fiéis potencializa enormemente o risco de termos mais loucura entre nós.

Por buscar a renuncia do corpo e dos sentidos, por perseguir ideais ultrapassados e não alinhados a nossa sociedade atual, por exercitar a alienação ao mundo natural, negando-o em favor de uma imaterialidade não percebida pelos sentidos, focando uma “outra vida” as religiões são ótimos lugares para quem busca fugir à realidade. É como dizem: “Não importa sua dor, Deus está no céu e olha por você”, ou seja, não importa você ou o que sente; você não é importante e estão te vigiando.

O conhecimento humano avançou muito com o uso da ciência, hoje sabemos o quanto é importante dar a atenção devida à pessoa, a individualidade, a subjetividade de cada ser. Temos hoje nas várias áreas do conhecimento humano ciências que pode auxiliar pessoas psicologicamente vulneráveis e ampará-las, com boas chances de torná-las forte novamente, confiante em si, diferente da alienação proposta pelas religiões, que tira a possibilidade de reagir por si somente.

Infelizmente para grande parte da população, predominantemente de menor poder aquisitivo e residente nas regiões de menor nível educacional e cultural; são as mais expostas à ameaça das doutrinas religiosas. É muito contrastante notar nas áreas mais carentes dos grandes centros, a falta de serviços públicos, de lazer, cultura, educação, enfim; qualidade de vida e relação aos bairros mais nobres, e é justamente onde se proliferam as igrejas de porta de garagem. São inúmeras.

A propaganda religiosa tem na periferia o seu maior público, e quem conhece suas realidades saber que nela as atividades econômicas que mais crescem são: Igrejas, os Bares e os Salões de beleza. E duas dessas atividades têm um alto grau de alienação.

Temos que aumentar a divulgação de temas e assuntos laicos, debater com quem pudermos, nos posicionar demonstrando a maioria que não segue nenhuma doutrina que pode continuar assim, que podem inclusive não seguir nenhuma religião, e que não há nenhum problema nisso.

Temos também que pensar em novas formas de agir na sociedade, contemplando as ditas novas classes médias, que estão nas periferias, pois é lá onde esta sendo feita o tipo de propaganda religiosa, e é de lá que o estado é menos atuante, é preciso haver alternativas interessantes para esses públicos, ações que os retirem deste circulo vicioso de Bares e Cultos.