Israel tem de decidir: ser país democrático ou país judeu religioso – Blog do Paulo Lopes

Olá pessoal

 

Eu li este texto no blog do Paulo Lopes e achei fantástico. É o depoimento do escritor que decidiu pedir a justiça de Israel que o declarasse “sem religião” (http://www.paulopes.com.br/2011/10/escritor-israelense-obtem-da-justica.html). Pareceu a muitos uma “frescura”, algo feito para provocar, ou apenas ganhar espaço na mídia. Não foi. Não é. Este depoimento sobre os motivos que o levaram isso é comovente e importante. Vale a pena a leitura.

 

Homero

______________________________________________________________

Israel tem de decidir: ser país democrático ou país judeu religioso

Depoimento de Yoram Kaniuk

Tomei a decisão por que não queria ser minoria em minha própria família [risos]. Sou casado há 50 anos com uma americana não judia. Minhas filhas nasceram aqui, serviram o Exército, são cidadãs israelenses, mas não são consideradas judias. Ganhei um neto e ele foi considerado “sem religião”, por ser filho de não judia. Decidi que quero ser como o meu neto.

Cansei do controle da religião neste país. É um ciclo perigoso: os religiosos se fortalecem politicamente e impõem mais e mais a religião sobre nós. Até o calendário e o horário de verão são impostos pelos religiosos. Há um controle inaceitável sobre a vida das pessoas. Querem transformar Israel num Estado religioso. 

Lutei pela criação deste país. O objetivo não era um Estado judeu. [David] Ben Gurion [fundador de Israel] não sonhou com isso, ele não acreditava em religião. O que ele queria era um lar nacional para o povo judeu.

 

Decidi que quero ter a nacionalidade judia, não a religião. Mas Israel não reconhece isso. Bibi [premiê de Israel, Binyamin Netanyahu] fala o tempo todo que os palestinos devem reconhecer o caráter nacional judeu de Israel, mas o próprio Estado não reconhece a nacionalidade judia sem a religião.
A decisão judicial é histórica. O juiz abriu uma brecha que, espero, levará à separação entre Estado e religião. Ainda não é uma revolução, mas pode ser o começo.

Esse veredicto pode começar a quebrar o monopólio político dos religiosos. Se houver separação entre Estado e religião, eles não terão mais o mesmo poder político. Hoje, nosso modelo lembra a Idade Média. Quando a religião tem o controle, a vítima é sempre a liberdade.

Minha mulher e minhas filhas nunca sofreram por não serem judias. Vivemos em Tel Aviv, uma cidade muito liberal. Mas é humilhante, porque não são como os outros. 

Todas as reações que recebi até agora foram muito boas. Milhares de pessoas esperam por isso há anos, e acho que muitas seguirão o meu exemplo. Ninguém me atacou ainda, mas espero que isso aconteça [risos].Sou um lutador. 

Israel tem de decidir: pode ser país democrático ou país judeu religioso. Não pode ser os dois. Religião é dogma, não aceita a democracia. 

Se em um ou dois anos não acontecer uma mudança, este país está perdido. Se tornará um Estado religioso e sem mão de obra, sem soldados para defendê-lo nem gente capacitada para desenvolver alta tecnologia. 
Sustentamos centenas de milhares de parasitas. Hoje quase 50% dos alunos de classes primárias são ortodoxos, e a maioria não se integrará ao Estado.

Além de tudo, a falta de separação entre Estado e religião permite que o fascismo se espalhe. O incêndio criminoso da mesquita no norte de Israel é só um exemplo.

Há fascistas nos assentamentos que fazem o que querem e o governo não faz nada. Atacam árabes, arrancam suas oliveiras, vandalizam mesquitas e o governo faz vista grossa, pois teme perder seu apoio político. 

Chegamos a um beco sem saída. Por isso o veredicto que me foi concedido é tão importante: cria uma brecha histórica para mudarmos isso, para acabarmos com a legitimidade dos fascistas que usam a religião.

Se Israel for mais democrático e menos religioso, o Estado poderá agir contra esses hooligans. 

Depoimento a Marcelo Ninio, da Folha.

http://www.paulopes.com.br/2011/10/israel-tem-de-decidir-ser-pais.html

Estudo que apóia conversão gay é desafiado

Estudo que apóia conversão gay é desafiado

 

Um estudo desenvolvido por pesquisadores de duas universidades religiosas diz que algumas pessoas podem mudar sua orientação sexual depois de passarem anos por um programa ministerial.
“Evidências do estudo sugerem que a mudança da orientação homossexual parece possível para alguns e que o desgaste psicológico não aumentou, em média, como resultado do envolvimento no processo de mudança”  – escreveram os autores de um estudo publicado no The Journal of Sex and Marital Therapy (Jornal de Terapia Sexual e Conjugal).

Os autores são psicólogos que trabalham em universidades religiosas. Stanton Jones é um professor de psicologia e reitor da Wheaton College em Wheaton, Illinois, e Mark Yarhouse é professor de saúde mental na Regent University, em Virginia Beach, que foi fundada pelo tele-evangelista Pat Robertson. 

As conclusões de seu estudo têm sido desafiadas por outros pesquisadores que dizem que a massa de evidência existente indica que a orientação sexual não muda. Blogs de gay advocacy (defesa dos homossexuais) também têm discutido as conclusões.

O estudo de Jones e Yarhouse acompanhou 65 participantes ao longo de seis a sete anos enquanto eles frequentavam os Ministérios Exodus, um programa religioso para “indivíduos e famílias impactados pela homossexualidade.” Os indivíduos que frequentam o programa buscam alcançar “a libertação da homossexualidade através do poder de Jesus Cristo” – de acordo com a Exodus.

“É um estudo para pessoas que são altamente religiosas e que estão desgastadas pela experiência de atração,” disse Yarhouse.  “Elas querem saber, é pelo menos possível?  O que eu poderia experimentar se eu entrasse num ministério baseado em religião?”
Inicialmente, o estudo cadastrou 98 indivíduos, mas 35 deixaram o programa. Alguns que desistiram do estudo disseram que haviam sido “curados de todas as inclinações homossexuais,” e uma pessoa havia abraçado de novo sua identidade gay, de acordo com o estudo.

Os cursos foram oferecidos em 16 locais ao redor dos Estados Unidos e acontecia em grupos pequenos, passando tempo em oração e leitura da Bíblia.

Os autores do estudo acompanharam “o processo de mudança” dos participantes conduzindo entrevistas anuais, fazendo as mesmas perguntas sobre atração sexual,  paixões emocionais e românticas e fantasias sexuais. Eles usaram escalas desenvolvidas pelo sexólogo Alfred Kinsey e outra medida chamada  escala Shively-DeCecco.
A hipótese de Jones e Yarhouse’s era de que a orientação sexual é mutável.

Depois de acompanharem os participantes por seis a sete anos de programa religioso, eles concluíram que 23% das pessoas que permaneceram no estudo tiveram êxito em mudar sua orientação sexual para a heterossexualidade. E  30% voltaram-se para a castidade, sobre o que Yarhouse disse que foi “uma redução da atração sexual.”

Também, 23% não responderam ao tratamento do ministério,  20% assumiram sua orientação homossexual e o percentual restante relatou confusão.

“As conclusões desse estudo parecem contradizer a visão comumente expressa de que a orientação sexual não é mutável,” escreveu o autor.

A Associação Americana de Psicologia (APA) declarou em 2005 que a homossexualidade não é mutável. A associação havia também declarado que não havia evidência de que terapia reparadora ou conversão com o objetivo de mudar a orientação sexual fosse segura ou efetiva.

“A APA estava fazendo declarações muito fortes de que a orientação sexual realmente não muda e que tentativas nessa direção seriam prejudiciais, disse Yarhouse. “Eles estavam apresentando alegações absolutistas sobre essa imutabilidade de orientação e grande risco de malefício. Estas eram questões ideais para pesquisa.  As pessoas podem mudar? Ou é verdadeiramente uma característica imutável?”

Eli Coleman, professor e diretor de Sexualidade Humana na faculdade de medicina da  Universidade de Minnesota mostrou-se cético sobre as conclusões.

“Temos passado por isso de novo e de novo” – disse ele. “Você pode conseguir mudanças comportamentais, mas isso não é mudança de orientação. Você pode conseguir mudanças comportamentais de curta duração. Isso não se sustenta.”

Yarhouse enfatizou que sua pesquisa acompanhou os participantes por vários anos. Ele informou que existem muitos na comunidade LGBT que consideram programas de conversão religiosa “profundamente ofensivos.” Mas ele disse que existem pessoas gays que desejam mudar e não abraçam a identidade gay ou a comunidade gay.

“Eu gostaria de ver organizações de saúde mental mostrarem mais respeito pela diversidade sobre como uma pessoa escolhe viver sua vida e vivê-la,” disse Yarhouse.

O estudo poderia estar confundindo identidade sexual e orientação sexual, o que são coisas totalmente diferentes, disse o Dr. Jack Drescher, um professor associado de psiquiatria na New York Medical College (Faculdade de Medicina de Nova York).

Orientação sexual se refere a por que uma pessoa se sente atraída, e na maioria dos casos, não muda, disse ele.  mas identidade sexual é como uma pessoa se sente sobre sua orientação e sentimentos sexuais, disse Drescher.

Por exemplo, um homem poderia sentir-se fortemente atraído por homens, mas não se identificar como gay. Ele poderia mudar o modo como se identifica, fosse como gay ou hétero ao longo de sua vida. mas orientação sexual geralmente não muda.

“Eu não penso que tenhamos nada realmente novo aqui” – disse Coleman.  “Temos sabido por algum tempo que algumas pessoas são capazes de mudar seu comportamento e sua percepção de sua identidade sexual através dessas tentativas de conversão.”

Drescher disse que a maioria das evidências científicas existentes não sustentam as recentes conclusões do estudo.

“Eu penso que os autores são tendenciosos” – disse Drescher.  “Todos têm alguma parcialidade. Por isso é que temos acúmulo de informações – e estas não dão suporte às informações deles.”

“Existem estudos revisados por colegas na literatura e a soma total dessa literatura não indica que esses tratamentos sejam eficazes” – disse ele.  “Se um estudo que surge parece contradizer a massa de pesquisa científica provando que as pessoas podem mudar – isso é interessante, eles podem replicá-lo?”

Drescher também disse que o estudo não explora se a bissexualidade desempenhou um papel nas reportadas mudanças de orientação sexual.

Ele discordou que as conclusões de que terapias religiosas não prejudicam as pessoas, dizendo que ele mesmo teve vários pacientes que culpavam a si mesmos depois de falharem em programas, caindo em depressão, ansiedade e pensamentos suicidas.

“Eles ouvem que é problema deles se eles não mudarem,” disse Drescher. “Quando falha, como falha na maioria dos casos, eles se sentem como fracassados, depois de terem gasto tempo, esforço e dinheiro.

“Algumas dessas pessoas, seguindo o conselho de terapeutas, casam-se, então têm filhos. Pessoas gays têm se casado. Quando eles se casam, não mudam. O que fazem, continuam casados?  Essa é uma questão complicada.”

Fonte
Traduzido por Sergio Viula para o blog  Fora do Armário (www.foradoarmario.net)

——————————
COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
Um livro que tem emocionado gays, heterossexuais, bissexuais e outros

Já passei por esse tipo de grupo de reversão. Fui co-fundador de um deles. Depois de tanto tempo, posso dizer que tenho muito a dizer sobre isso, mas decidi colocar o principal no livro “Em Busca de Mim Mesmo”. Pergunte-me sobre como adquirir o seu pelo e-mail: sviula@hotmail.com

Durante o mês de outubro (mês da Parada LGBT do Rio de Janeiro), as pessoas que pedirem terão um desconto muito especial. Escreva pedindo maiores informações.

Pastor estuprava filha de 10 anos

Pastor evangélico Francisco Rodrigues de Souza, preso por estuprado

Manaus – O pastor evangélico Francisco Rodrigues de Souza foi preso em Lábrea, no Amazonas, por suspeita de ter violentado sexualmente a filha adotiva dele de 10 anos. A prisão ocorreu durante o fim de semana em cumprimento a um mandado expedido pela juíza titular da Comarca, Dinah Câmara.

De acordo com a titular da Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA) de Lábrea, Fernanda Cavalcante, além do pastor, a esposa dele e a secretária da casa, também tiveram a prisão preventiva decretada. A esposa do suspeito já está presa e a empregada encontra-se foragida.

A delegada informou que a polícia solicitou a prisão preventiva dos suspeitos depois do caso ter sido denunciado pela própria empregada ao conselho tutelar do município. De acordo com a polícia, a suspeita mantinha um caso com o pastor e resolveu denunciá-lo depois que ele terminou o relacionamento com ela.

Em depoimento à polícia, a menina declarou que era estuprada pelo padrasto e também era obrigada por ele a posar nua para o suspeito e ainda presenciar atos libidinosos.

O pastor e a esposa vão responder pelos crimes estupro de vulnerável a pratica de atos libidinosos. [i]

http://www.d24am.com/noticias/amazonas/pastor-e-preso-suspeito-de-estuprar-filha-adotiva-de-dez-anos-em-labrea/37379

 

http://www.foradoarmario.net/2011/10/pastor-evangelico-estuprava-filha-de-10.html

Percepão sobre o teísmo

O teísmo é o apego à esperança de que algo sobrenatural interfira na própria vida, mudando aquilo que não se consegue mudar por esforço, inteligência ou sorte. É a crença de que se a esperança for muito grande, ela será concretizada. É o medo de que ao perdê-la, seja por desânimo ou raciocínio, a pessoa não seja uma das contempladas quando essa mágica finalmente acontecer.

Mexer com a esperança de ser premiado nessa loteria sentimental é delicado. É pedir que um novo caminho de esforço e incerteza seja traçado. É dizer que não adiantou nada ser bonzinho o ano inteiro porque Papai Noel não existe e o seu pai não tem dinheiro pra comprar presente. É reeducar o pensamento, mexendo com sentimentos dos mais ingênuos.