O suicida que odeia clichê

    
     Preso por Fora
       Ele decidiu, andou, correu: chegou ao prédio. Lembrou que todos o tinham conversado com ele sobre o assunto, que não deveria se entregar, que deveria lutar pela vida, que ele é capaz. Achou aquelas frases de feito terríveis, parecia até que as pessoas não tinham apreço por ele, que queria exibir suas frases prontas que aprenderam em seus livros de auto-ajuda. Pensou “Ninguém esta aí mesmo para mim…”. Tais palavras, conselhos e tal, não o surpreendiam. Ouve sempre essas repetições em igrejas, filmes, livrinhos bobos.
 
    
  A cada degrau que subia a força por suicida-se aumentava, estava cada vez mais convencido de que não havia mais nada a fazer além de suicidar-se. Desviou verba da igreja no qual era membro, faliu a própria empresa, maltratou seus funcionários, castigou severamente seus filhos e bateu em sua mulher. Era empresário famoso. Muitos o odiavam, e por que não dizer que todos o odiavam?
      
Chegou em cima do prédio de 30 andares, olhou para baixo, ficou ainda pensando na vida, nos filhos, na família, nas pessoas que amava. Estava extremamente arrependido e envergonhado. Lembrou das frases de efeitos que disseram-lhe naquele dia e ao decorrer da semana, mas que tinha nojo.
    
   A multidão começou a se formar abaixo na rua. E ele pensava, pensava e pensava. Lembrou de quando na infância e na adolescência havia praticado ginástica olímpica, resolveu então pular com cambalhotas, iria terminar a vida da melhor forma possível. Estendeu as mãos como quem se prepara para fazer sua ornamentação, seu salto artístico e ficou um certo tempo nesta posição preparando-se. O lado pitoresco da história é que ele resolveu saltar do prédio onde ficava a empresa dele, prédio que foi dono e por algum motivo estranho, todos os 2.550 ex-funcionários agora saiam do prédio e fazia por lotar, não só a rua, mas a grande praça que a havia em frente, juntando-se a multidão do centro da cidade que lá estavam.
      
_ Ué, mas num é o patrão?- perguntou a ex-faxineira.
     
  _ Ex-patrão! Sim, é ele mesmo, mas lembre-se bem, é o EX- patrão!- respondeu o ex-gerente de marketing.
_ É o patrãããão!- Gritou alguém colocando as mãos na cabeça ao que alguns responderam _ EEEEX – PATRÃO!
      
       E formou-se o reboliço, começaram as fofocas, as conversas.
        
       Ele, o aspirante a suicida, percebeu que as vozes lá de baixo aumentavam em conversas e mais conversas. O corpo de bombeiro chegou. O suicida começou a observar que surgia gritos organizados da multidão abaixo, mas ainda não entendia o que gritavam, o som crescia cada vez mais até que ele entendeu:
       
  _Pula, pula, pula, pula, pula!
      
          Finalmente palavras que o surpreendeu. Tirou a pose e começou a olhar a multidão. O mundo não era robótico. Numa tentativa de suicídio quem em sã iria consciência gritar para pular por mais que o suicida seja uma pessoa ruim?
       
         Estava com um sorriso e agora em um transe, estupefato! E o gritou organizado mudou, deixando-o ainda mais com uma alegria irradiante. Agora o era uma musiquinha:
       
       _ Se Oswaldo não pular, olé, olé, olá, eu vou chorar!
       
             Oswaldo era o nome dele. Ele já esteve na frente de multidões assim incansáveis vezes, fazendo palestras e dando avisos aos seus muitos funcionários. Nestas reuniões os funcionários aplaudiam-no e todo o mais, porém ele sabia que era aplauso de funcionário puxando saco de patrão, pois, qual o motivo que tinham de aplaudir se não o de puxar saco, tendo em vista que era um péssimo patrão? Daí é que ele ficava mais irritado, pois sabia que as bajulações eram falsas.
     
          Agora, estava anestesiado de felicidade com as musiquinhas e gritos organizados pedindo para que ele pulasse, sentia mais confiança de viver no mundo. Ele preferia  um mundo com uma honestidade dura do que com aparência de feliz, mas falso. Agora os gritos organizados eram espontâneos. Oswaldo, acenou para baixo, mandou beijos, fez um sinal de coração juntando as mãos. Enfim, virou as costas e povo reagiu:
   
        _ Aaaaaaaaaaaaaaah!
      
           Ele ouviu a insatisfação do povo lá embaixo e ficou ainda mais motivado a viver, a descer do prédio e descer a vida. O que ele nunca havia pensado e a mulher guardou em segredo, é que, após ler a carta de suicídio dele, dizendo que se ouvisse algo que não seja clichê ou falso ou robótico, ele gostaria de voltar a viver. Depois que a mulher leu esta carta, correu para o ex-local de trabalho dele, percebeu a multidão, olhou para cima e viu o marido e começou a pensar em algo que não fosse clichê. Até que puxou os coros, os gritos organizados, as músicas. Sabia que provavelmente surpreenderia o marido.
     
        O marido desceu do prédio, ela o beijou tentando prender gargalhada que insistia em querer sair.

Meu posicionamento em relação a livros homepatas

Como acadêmico de medicina e interessado na física quântica tive que fazer certas críticas a homepatia defendida por certos homeopatas como Goswami.

 

Eles utilizam argumentos feito sobre situações e fazem referencia a pesquisas. O Livro tem um conteúdo vazio, apenas tentar convencer que qualquer coisa pode funcionar sem questionar, por estudos e ensaios clínicos, da sua eficiência.

Existem diversas ervas que são tituladas como drogas terapêuticas que podem trazer uma solução terapêutica, mas devemos ter a consciência que estas ervas tem a mesma origem de outras substâncias como tabaco e Ginko Biloba que podem ser nocivas. O Mundo orgânico é cheio de substâncias, e que surgem de acordo com a necessidade da planta ou do seu produtor e não do humano industrial, ou seja o que traz benefício a essa, não necessariamente será benéfica a humanidade.

*o termo droga: é uma substância que podem ser utilizada numa situação, na qual pode trazer benefícios ou malefícios.

Em terceira edição de Farmacologia de Rang e Dale, escreve que a homeopatia começou falhar no momento em que começou diluir substâncias sem algum grau de racionalidade. Diluia-se a casa de 10 elevado a 60, acreditando da hipótese de torna a substância mais benéfica toda vez que diluia. 

Para tudo, existe uma janela terapêutica e exige necessidade de pesquisa para encontrar e entender seus reais efeitos.. Não é pelo fato de diluir, que impede a possibilidade de gerar efeitos nocivos de um remédio homeopático, ou estar acima de sua janela terapêutica (acima da limiar de toxicidade),

E Ressalto, a fisica quântica é aplicado na teoria que a situação não é certa de ocorrer (como é visto no relativismo), mas provável de ocorrer. O Comportamento das partículas é descrito em distribuições de probabilidades, e a observação real de partículas individuais ocorre de forma aleatória nas distribuições. A Teoria quântica não implica em acreditar em todas possibilidades, mas em acreditar em gerar gradiente de probabilidade e, num pensamento racional, verificar as mais prováveis da distribuição. O que eles chamam de homeopatia quântica apenas alega a possibilidade por menor que seja e interação existente por ínfima que seja.

O Fato de uma pessoa rezar por outra, é uma situação de não rezar mesmo que outro desconheça. Em critérios de efetividade, isso é uma interferência desprezível e pouquíssimo provável de ser diferencial de resolução para situação do outro. Aplicando o Humanismo na física quântica, a vinda de uma pessoa para acompanhar o outro, e estar presente é sim, uma interferência maior que rezar sem sair de casa.

 

Quanto ao Homeopatia de Goswami, ele fez a seguinte ligação entre rezar e interação quântica: e justifica por meio de uma pesquisa, aonde grupo exposto pela oração recebeu melhor recuperação que o grupo controle. Se a oração é um ato sem foco linear, o grupo controle também seria agraciado pela tal força. Além disso, mesmo que os pacientes desconhecem a pesquisa, os médicos que aceitaram trabalhar estavam motivados com o grupo exposto, pode-se embutir o viés de serviço.

O Japão está reconstruindo não porque muitas pessoas rezaram durante o desastre mas pela determinação de sua população e de sua cultura que não se trancou em casa para orar, mas para sair e trabalhar.

referência:

Alice no país do Quantum. Robert Gilmore

Farmacologia edição 3. Rang e Dale

Epidemiologia em Saúde. Maria Zélia

Médico Quântico. Goswami <- *livro criticado pelo texto.

 

Escrevi este texto como comentário a postagem do Blog da Jeruza Lavanholi Neyeloffi. Resolvi colocar como postagem minha.