Agua para o meu aniversario

http://mycharitywater.org/p/campaign?campaign_id=18846

Ajude-me a juntar dinheiro para a campanha do charity:water e faça a diferença.

Um bilhão de pessoas todo ano não possui água limpa para beber. Apenas $20 dólares podem trazer água limpa para uma pessoa que precisa, e evitar que mulheres e crianças caminhem durante horas, todos os dias, para buscar água de rios e poços contaminados para a sua família.

Faça uma experiência

Como publicado em meu blog: http://asopadepedra.blogspot.com/

 

Faça uma experiência

 

“Minha alucinação é suportar o dia-a-dia. Meu delírio é a experiência com coisas reais.”
– Belchior, Alucinação (1976)

   Faça uma experiência: tente viver sua vida por um tempo sem fazer uma oração ao acordar. Não vá à igreja. No domingo de manhã, durma até mais tarde. Esqueça o místico e concentre-se no real. Passe por baixo de uma escada, cruze com um gato preto, saia de casa sem ler seu horóscopo. Enfim: viva, apenas. 
   Não agradeça aos céus quando algo na sua vida der certo. Na sua formatura, agradeça a seus pais, que sustentaram seus estudos; a seus mestres, que dividiram seu conhecimento; a seus colegas, que lhe fizeram companhia. Se ficar doente, confie nos profissionais que lhe atenderem. E caso fique curado, seja grato a eles e ao seu próprio corpo. Qualquer outro agradecimento me parece uma injustiça para com essas pessoas. 
    Se algo der errado, não faça promessas. Tente interpretar as coisas racionalmente e descobrir o porquê de tudo não ter ocorrido como você esperava. Não procure culpados. Na imensa maioria das vezes, eles não existem. Risque essa palavra, “culpa”, do seu dicionário. Não pense em punição, pense em retratação.
    Escolha uma batalha. Há muitas por aí, algumas mais óbvias que outras. Acredite; mas não assim, intransitivamente. Acredite em algo. De preferência acredite em idéias, não em palavras. Você verá que grupos que se unem por interesses em comum, e não por medos irracionais, costumam ser muito mais receptivos. 
    Tenho vivido dessa maneira há um certo tempo, já, e posso dizer que é possível. Tenho certeza de que minha vida não é pior que a sua. E pode muito bem não ser melhor. Mas eu não gasto minha saliva com frases repetidas ao vento. Meus joelhos não estão esfolados por sustentarem por horas o peso do meu corpo. Procuro a solução e não a oração. Como diz a mesma canção de Belchior que citei no princípio, “amar e mudar as coisas me interessa mais”. 
    Você descobrirá que consegue. E não é difícil. Verá que tudo permanece igual, com uma diferença: há um grande espaço na sua vida que pode ser preenchido por outras atividades (mais prazerosas). Música. Livros. Filmes. Esportes. Mais tempo com quem você ama. Com seu animal de estimação. Um dia de sol no inverno. Um banho de chuva no verão. Creio que ninguém, “divino” ou não, tem o direito de lhe privar disso por um segundo sequer.

 

Rezou tá novo…

Manifestantes espanhóis “rezaram” pelas milhares de vítimas de abusos sexuais cometidos pelos membros da igreja católica, durante a visita do Papa à Espanha. Antigamente dizia-se “lavou tá novo”. Para a igreja “rezou tá novo!”

Crer na inexistência ou não crer na existência?

Alguns crentes dizem que os ateus têm que “ter fé” para “crer na inexistência de deus”. Dai eu respondo:

Sendo ateu eu não estou “crendo na inexistência de deus”, eu estou “não crendo na existência” (a diferença é sutil). Eu estou abdicando de usar o verbo crer (que, quando se usa sem provas, significa ter fé). Eu não estou exercendo a ação de crer.
Eu não preciso fazer força (ter fé) para “não acreditar”. Se não tem provas, eu passo ao largo. Acreditar sem provas é ter fé, é fazer um esforço para crer sem ter as evidências, mas “não acreditar” é algo que se faz justamente por não ter provas, não é preciso esforço, é natural não acreditar quando não se tem provas. Seria como eu dizer que tenho que fazer um esforço para ser um “não-colecionador de selos”, enquanto na verdade o “colecionador de selos” é que precisa fazer o esforço de colecionar.