Ateísmo não é modismo

Dizer que uma pessoa se declara ateia “só para estar na moda” é dizer que a pessoa, na verdade, é crente, mas se diz ateia só para estar na moda. Portanto esses volúveis são crentes.

Correndo o risco de ser simplista, eu diria que só existem 3 posicionamentos diante desta questão teológica: ser crente, ser ateu e ser agnóstico. Esta última posição eu subdividiria em duas: ser agnóstico por conhecer as dificuldades de tomar uma posição e ser agnóstico por completa ignorância (como é o caso das crianças pequenas). 

Agora, a pessoa que resolve dizer que é ateia “por modismo” estaria originalmente em qual categoria?
Não seria o ateu, certamente, pois já é ateu.
Acho difícil que seja um crente, pois haveria um choque muito grande entre suas convicções e sua pretensa fachada de ateu.
Sobram os agnósticos. Um agnóstico que reconhece a insuficiência de provas e razões para se posicionar, talvez não queira se posicionar só por moda.
Resta o agnóstico por pura ignorância, aquele que só não se posicionou diante das questões teológicas porque nunca pensou sobre elas, aquele que tem dificuldade de pensar ou pura preguiça. Esse eu acho que seja o mais provável candidato a se passar por ateu para “estar na moda”.

Cá entre nós, moda que não existe. O que existe é uma confusão dos crentes entre o que é moda e o que é estar em evidência (no caso, ateus que resolveram sair do armário e por isso aparecem mais).

Minha consciência é o meu deus.

Minha consciência é o meu deus.

Ela é onisciente (enquanto eu estiver consciente).
Ela é onipresente, esteja eu onde estiver (desde que eu esteja consciente).
Ela controla tudo o que eu faço.
Ela me premia quando faço coisas boas.
Ela me castiga (e até me tortura) quando faço coisas erradas.
Ela fica pesada quando não lhe dou muita atenção.
Ela fica leve quando estou de bem com ela.
E quando eu estiver morrendo, ela estará ao meu lado, morrendo solidariamente comigo.

(José Agustoni – Zeca)

Uma criança nasce neutra

Uma criança nasce neutra, nem crente, nem ateia, mas agnóstica no estado mais puro, pois ela simplesmente não tem opinião formada sobre nada. Se os pais se acham no direito de dizer qual será a religião de uma criança, também deveriam dizer qual será a profissão dela, qual o time de futebol, com quem ela vai se casar e tudo mais que, de fato e de direito, deveria ser decidido por esta criança quando ela tivesse capacidade para tal. Se os pais tomam estas decisões pelos seus filhos, eles estarão sequestrando um direito inalienável. É a castração psicológica de uma criança indefesa.

Comunismo e Anarquismo

                                                               Blog Preso por Fora

   AQUI: http://presoporfora.blogspot.com/2011/08/comunismo-e-anarquismo.html

 

       Por que Comunismo e Anarquismo são tão mal interpretados? Algumas respostas que posso dar de imediato são que:

     No processo histórico, certos grupos apresentaram-se como Anarquistas e Comunistas e foram protagonistas de eventos ignominiosos que não condizem com as propostas de tais movimentos.

       Para se ter uma noção, por exemplo, a própria China, que se diz Comunista e a extinta URSS (União Soviética), nunca foram Comunistas. Você pode me perguntar caro leitor: Como não são? Pergunto-lhe: se de um dia para outro eu começar a dizer que a porta de minha casa é um carro, por que eu disse será? Se uma criança disser que é Napoleão, apenas por que disse será? As perguntas mostram o quão ridícula se torna a questão. Se apontam algo dizendo ser um objeto tal e, ao vê-lo, percebemos que o significado, o aspecto material e outros propriedades não correspondem, deveras é que fomos enganados, ou mesmo, quem disse, foi enganado, ou está enganado.

 

          Um aspecto desta situação é sobre o que estando em questão, no caso Anarquismo e Comunismo, usurpam para si tais nomes, porém sem cumprir com o que o nome carrega. Tem rótulo, todavia o conteúdo não corresponde. Este é o primeiro aspecto. O que se encaixa neste primeiro aspecto encontra-se, sobretudo a situação da China que se diz Comunista e a extinta URSS (União Soviética), de igual modo. Já o caso do Anarquismo o aspecto não é tão relevante. Logo, os que não sabem saberão o porquê.

          O segundo aspecto resume-se na ocasião de que quem se sente incomodado faz de tudo para denegrir. Quem oprime, oprime porque precisa do oprimido, portanto para o opressor não faz sentido desejar a libertação do oprimido, posto que sem o oprimido, sem o subjugado, com a falta da casta trabalhadora, sem o ser humano tratado como máquina do enriquecimento, enfim, o opressor não vive sem o oprimido. Precisa dele para se manter, para viver com seus bens supérfluos e ostentações. O opressor pensa e propaga que essa é a ordem natural do mundo e que tem que ser assim para que todos vivam em harmonia. Alguém em visto alguma harmonia? O que vejo através da história é que a situação está melhorando a cada revolução. O livro “ A origem da família, da propriedade privada e do Estado” de Engels ilustra bem a última afirmação.

    
         Você, caro leitor, acredita que os donos de empresas de comunicação como a Globo, Record, SBT entre outras desejam uma mídia democrática? Acreditam de fato que são imparciais? Acreditam mesmo que as tais poderosas não omitem notícias? Leiam o Jornal Brasil de Fato (Click na palavra) entre outros muito mais. Garanto que os que são alienados por essas poderosas empresas de mídia acharam estranhas e ficarão estupefatos diante de notícias que sequer imaginavam que acontecia. Notícias essas que, com omissões em detrimento de sua inteireza, até passam algumas vezes nos meios de comunicação, embora raramente. O quero dizer? Que os incomodados deturpam o que pode feri-los através do que podem. Meios de comunicação, Escolas, Livros, Leis, etc. Louis Althusser tem bastante a dizer sobre este assunto no seu livro “Aparelhos Ideológicos de Estados.”
 
          Uma das principais características do Comunismo, por exemplo, é que no mesmo não há espécie alguma de Governo. Ora, sendo esta uma característica fundamental do Comunismo, me responda você se tais países que se dizem comunistas, o são de fato. Depois de ter essa informação torna-se até risível pensar que tais países são comunistas.
        
        Sobre Anarquismo, o que costumam dizer é que são pessoas que não aceitam autoridades e que são desordeiros. Bom, até certo ponto se está correto, não aceitamos autoridades. Particularmente eu, Anarco-comunista, aceito autoridades, porém a autoridade que digo tem outra conotação que poderei explicar em outros textos. Anarquia significa ausência de coerção e não ausência de ordem. De modo algum pode significar ausência de ordem. Sem ordem como viveremos? Há muitas vertentes e interpretações no Anarquismo, porém convergem-se do Comunismo pelo motivo de que o Comunismo ainda aceitam uma tal de “ditadura do proletariado”. Algo de que discordamos frontalmente. O opressor, em minha opinião, também precisa ser liberto e, coagir-lo não combina com o conceito de anarquismo.
      
       Acredito que fiz uma introdução, através do que escrevi, para uma longa caminhada de reflexão para alguns. Uma introdução com objetivo de ao menos causar curiosidade. O educador deve estar imbuído deste objetivo: causar curiosidade. Este objetivo é meio para objetivos maiores. Faz com que o discente não dependa integralmente de um professor. O discente parte para uma viagem autônoma para a liberdade e reflexão própria, isto, no início até com certa diretividade do Educador.
Segundo Rudolf Rocker:
“Para o anarquista, a liberdade não é um conceito abstrato e filosófico, mas a possibilidade concreta essencial de todo ser humano desenvolver completamente todas as faculdades, as capacidades e as habilidades com as quais a natureza o dotou, e converte-las em valor social. Quanto menos esse desenvolvimento natural do homem for influenciado pela proteção política ou eclesiástica, mais eficiente e harmoniosa se tornará a personalidade humana, mais ela se tornará a medida da cultura da sociedade que foi desenvolvida.”
Obs.: Ponho-me contra todo tipo de violência, até mesmo para auto-defesa.